Ep. 37 - Funeral de um Lavrador
Ep. 37 - Funeral de um Lavrador

Ep. 37 - Funeral de um Lavrador

Radio Lula Falcao
FUNERAL DE UM LAVRADOR
[Chico Buarque e João Cabral de Melo Neto, Chico Buarque de Hollanda – Vol. 3, 1968]

Esta cova em que estás
Com palmos medida
É a conta menor
Que tiraste em vida
É de bom tamanho
Nem largo nem fundo
É a parte que te cabe
Deste latifúndio
Não é cova grande
É cova medida
É a terra que querias
Ver dividida
É uma cova grande
Para teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho
Que estavas no mundo
É uma cova grande
Para teu defunto parco
Porém mais que no mundo
Te sentirás largo
É uma cova grande
Para tua carne pouca
Mas a terra dada
Não se abre a boca
É a conta menor
Que tiraste em vida
É a parte que te cabe
Deste latifúndio
É a terra que querias
Ver dividida
Mas estarás mais ancho
Que estavas no mundo
Mas a terra dada
Não se abre a boca.

PROBLEMATIZANDO!
1) – Em que medida a música discute o problema da terra no Brasil?
2) – Segundo seu entendimento, qual é a melhor solução para acabar com a violência no campo? Justifique sua resposta.
3) – Dê seu parecer sobre a Reforma Agrária no Brasil na atualidade.
4) – O Estado, a União ou a Federação ‘daria’ terra para os camponeses sem terras sem que estes se organizassem em movimentos de ocupações de terras, marchas etc?
5) – A luta pela reforma agrária no Brasil é uma das bandeiras principais de diversos Movimentos Sociais e organizações existentes, a saber, MST, MLST, MAB, CONTAG, CONAQ, CPT, CIMI... Esta é uma luta justa, necessária e urgente. Reflita sobre ela.
6) – É verdadeiro, como o poeta retrata, de forma triste e melancólica, na letra desta canção, que o único momento em que o agricultor sem terra consegue seu pedaço de chão, é na hora de sua morte, geralmente de morte matada, por conta da violência no campo, devido às disputas por terras, quando ele é enterrado sob os sete palmos de terra?
7) – Estabeleça uma comparação que levante as semelhanças e diferenças entre esta música e as músicas, “Sem Terra” do Zé Ramalho, “Sem Terra” do Skank e “Levantados do Chão” do Milton Nascimento.
8) – Voce conhece o poema “Morte e Vida Severina” do co-autor desta canção que ora estamos a trabalhar, João Cabral de Melo Neto? Se não o conhece, leia-o e depois responda a questão que segue. Se o conhece, responda: é possível buscarmos estabelecer relações entre as mesmas que vão muito além das questões fúnebres retratadas por ambas composições?
9) – Quais outras questões que poderíamos levantar para o debate em relação a este tema a partir da letra desta música?
10) – Qual a mensagem que podemos extrair desta letra de música?
Ep. 37 - Funeral de um Lavrador
06 September 2021
Ep. 37 - Funeral de um Lavrador
FUNERAL DE UM LAVRADOR
[Chico Buarque e João Cabral de Melo Neto, Chico Buarque de Hollanda – Vol. 3, 1968]

Esta cova em que estás
Com palmos medida
É a conta menor
Que tiraste em vida
É de bom tamanho
Nem largo nem fundo
É a parte que te cabe
Deste latifúndio
Não é cova grande
É cova medida
É a terra que querias
Ver dividida
É uma cova grande
Para teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho
Que estavas no mundo
É uma cova grande
Para teu defunto parco
Porém mais que no mundo
Te sentirás largo
É uma cova grande
Para tua carne pouca
Mas a terra dada
Não se abre a boca
É a conta menor
Que tiraste em vida
É a parte que te cabe
Deste latifúndio
É a terra que querias
Ver dividida
Mas estarás mais ancho
Que estavas no mundo
Mas a terra dada
Não se abre a boca.

PROBLEMATIZANDO!
1) – Em que medida a música discute o problema da terra no Brasil?
2) – Segundo seu entendimento, qual é a melhor solução para acabar com a violência no campo? Justifique sua resposta.
3) – Dê seu parecer sobre a Reforma Agrária no Brasil na atualidade.
4) – O Estado, a União ou a Federação ‘daria’ terra para os camponeses sem terras sem que estes se organizassem em movimentos de ocupações de terras, marchas etc?
5) – A luta pela reforma agrária no Brasil é uma das bandeiras principais de diversos Movimentos Sociais e organizações existentes, a saber, MST, MLST, MAB, CONTAG, CONAQ, CPT, CIMI... Esta é uma luta justa, necessária e urgente. Reflita sobre ela.
6) – É verdadeiro, como o poeta retrata, de forma triste e melancólica, na letra desta canção, que o único momento em que o agricultor sem terra consegue seu pedaço de chão, é na hora de sua morte, geralmente de morte matada, por conta da violência no campo, devido às disputas por terras, quando ele é enterrado sob os sete palmos de terra?
7) – Estabeleça uma comparação que levante as semelhanças e diferenças entre esta música e as músicas, “Sem Terra” do Zé Ramalho, “Sem Terra” do Skank e “Levantados do Chão” do Milton Nascimento.
8) – Voce conhece o poema “Morte e Vida Severina” do co-autor desta canção que ora estamos a trabalhar, João Cabral de Melo Neto? Se não o conhece, leia-o e depois responda a questão que segue. Se o conhece, responda: é possível buscarmos estabelecer relações entre as mesmas que vão muito além das questões fúnebres retratadas por ambas composições?
9) – Quais outras questões que poderíamos levantar para o debate em relação a este tema a partir da letra desta música?
10) – Qual a mensagem que podemos extrair desta letra de música?