
Yabna Ferreira N'Tchalá mais próximo de conquistar título africano no MMA para a Guiné-Bissau
Desporto
O lutador Yabna Ferreira N'Tchalá que representa a Guiné-Bissau no PFL Africa, campeonato africano de MMA, está cada vez mais próximo do título. Esta modalidade tem-lhe permitido ter mais contacto com as suas raízes africanas e receber apoio dos guineenses nas redes sociais.
MMA é a sigla inglesa de uma modalidade cada vez mais popular, as Artes Marciais Mistas. Esta modalidade combina técnicas de várias artes marciais que incluem golpes de pé, socos e xutos, assim como imobilizações e finalizações no chão.
Yabna Ferreira N'Tchalá é lutador de MMA e está actualmente a representar a Guiné-Bissau no campeonato PFL Africa. Nascido no Brasil, Yabna Ferreira N'Tchalá pisou pela primeira vez em solo africano para um combate do PFL em Joanesburgo e voltará em Outubro, agora ao Ruanda, para um novo combate.
Para Yabna, cujo pai era originário da Guiné-Bissau, a luta deu-lhe disciplina após ter sofrido discriminação na escola enquanto crescia e o seu objectivo é agora ganhar o campeonato PFL e aproximar-se das suas raízes.
"Eu comecei a lutar porque eu tinha bastantes problemas na escola, principalmente com questões raciais, sabe? Eu não tinha muito esse hábito de de conversar, então eu resolvia os meus problemas batendo se eu não gostasse de algo que alguém me dizia. Quando eu tive a oportunidade de começar a treinar aos 18 anos, eu vi que era uma coisa que eu gostava e que eu tinha vocação. Então, o meu professor começou a mostrar-me que era possível ter profissionalização e tive uma mudança de vida. E aí o desporto trouxe-me disciplina, uma perspectiva melhor", explicou o lutador.
Em Agosto, Yabna Ferreira N'Tchalá ganhou o combate do PFL Africa, em Joanesburgo, contra Sanon Sadeck, do Burkina Faso. Foi a primeira vez que este descendente de guineense pisou em África e pode conhecer o nível de MMA no continente.
"Eu nunca tinha pisado em solo africano, então para mim foi uma sensação única, maravilhosa. Foi uma realização viajar para a terra mãe para mostrar o meu trabalho. Então, isso aí foi uma uma sensação singular, única mesmo. Enfim, daí eu cheguei lá e fiz meu trabalho. [...] Como no Brasil, existe sim uma possibilidade muito grande de progressão do MMA. O nível ali está muito bom. Eu vi que ali se fizeram grandes lutas, grandes performances. Então não dá para brincar com os irmãos africanos, não. Eles são guerreiros, né? Dá para ver que todos eles têm um negócio a mais. Só que para mim é trabalho, é mudança de vida. Então eu vou superar qualquer um deles", detalhou Yabna Ferreira N'Tchalá.
Quanto a representar a Guiné-Bissau, país onde ainda nunca esteve, é uma motivação adicional, com Yabna Ferreira N'Tchalá a sentir já o apoio dos guineenses, especialmente nas redes sociais, e a ter projectos de desenvolver o MMA no país.
"É muito bom [representar a Guiné-Bissau]. É um peso que tem que ser carregado com um certo cuidado. Mas eu estou gostando muito disso. Meu pai já faleceu, ele, infelizmente, não teve oportunidade de ver esta parte da minha carreira, mas eu acho que ele gostaria de ver isso, porque no MMA guineense a gente não tem grandes nomes. Então eu acho que será a maior conquista eu conseguir vencer essa competição e eu tenho recebido bastante apoio pela internet, tem bastante apoio de guineenses, mais do que eu esperava. Então, para mim está sendo muito legal", concluiu.