Desporto
Desporto

Desporto

Semanalmente, em média, damos-lhe conta da actualidade desportiva. Destaque para o desporto lusófono, nomeadamente em África, diáspora e a França.
Andebol: André Gomes e Paulo Moreno em aventuras romena e francesa
21 October 2024
Andebol: André Gomes e Paulo Moreno em aventuras romena e francesa

A temporada de andebol masculino está intensa entre as competições nacionais e continentais, havendo três jogos por semana para as equipas que estão em duas provas.

A RFI teve a oportunidade de entrevistar o internacional português André Gomes, e o pivô cabo-verdiano Paulo Moreno em aventuras na Roménia para o primeiro, e em França para o segundo.

Começamos com a Liga dos Campeões europeus que conta com os portugueses do Sporting Clube de Portugal, os franceses do Paris Saint-Germain e os romenos do Dínamo Bucareste, todos inseridos no Grupo A que ainda tem cinco outras equipas.

Após a quinta jornada, o Sporting Clube de Portugal lidera com 9 pontos, à frente dos húngaros do Veszprém e do Paris Saint-Germain, ambos com oito pontos.

Nesta última jornada, os parisienses venceram os romenos do Dínamo Bucareste por 35-32, em casa, no Ginásio Pierre de Coubertin, em Paris.

A equipa da Roménia conta no plantel com André Gomes, internacional luso de 26 anos.

O lateral luso-brasileiro foi formado no ABC em Braga, antes de representar o FC Porto, em Portugal. Depois decidiu sair para a liga alemã onde vestiu a camisola do MT Melsungen. Por fim, após uma aventura no Al-Safa, na Arabia Saudita, onde esteve lesionado, o internacional português regressou à Europa para actuar no Dínamo Bucareste.

Em declarações à RFI, André Gomes, que não actuou frente ao PSG visto que regressava de lesão, abordou a sua aventura na Roménia, mas também falou do jogo frente ao Paris Saint-Germain antes de defrontar o Sporting CP.

André Gomes, internacional português, joga actualmente no Dínamo Bucareste e, ao longo da carreira, sagrou-se três vezes Campeão de Portugal, conquistando também três Taças e duas Supertaças em território luso. Na Roménia já venceu a Liga e a Supertaça. A nível continental, André Gomes triunfou na Taça Challenge com o ABC de Braga.

Na sexta jornada, a 23 e 24 de Outubro, o Dínamo Bucareste recebe o Sporting Clube de Portugal, enquanto o Paris Saint-Germain se desloca ao terreno dos germânicos do Füchse Berlim.

Passamos à Liga Francesa,

Uma prova liderada pelo Paris Saint-Germain, que conquistou as últimas dez edições, com 14 pontos em 14 possíveis após 7 jornadas realizadas.

Na sétima jornada, o Paris Saint-Germain venceu o Chartres por 36-26, em casa, no Ginásio Pierre de Coubertin, em Paris.

A equipa do Chartres conta no plantel com o internacional cabo-verdiano Paulo Moreno.

 

 

O pivô luso-cabo-verdiano de 32 anos foi formado no Benfica e representou a equipa sénior dos encarnados durante 12 temporadas. Com a camisola da equipa lisboeta venceu duas Taças e quatro Supertaças, sem esquecer, a nível continental, a Liga Europa, isto em 19 anos de ligação ao clube desde a formação até à saída.

Em declarações à RFI, Paulo Moreno, admitiu que foi complicado sair do Benfica, mas afirmou estar feliz com a experiência no Chartres.

O internacional cabo-verdiano frisou que o sonho com a selecção é vencer um Campeonato Africano das Nações.

Mas antes disso, Paulo Moreno abordou a derrota frente ao clube parisiense.

Paulo Moreno, internacional cabo-verdiano, esteve presente com Cabo Verde no Mundial nas duas participações que a selecção cabo-verdiana teve até agora em 2021 e em 2023.

De notar que a equipa de Chartres ocupa o 11° lugar com seis pontos, enquanto o PSG lidera com 14 pontos.

Recorde-se que, na liga francesa, as duas últimas equipas, num campeonato com 16 clubes, descem à segunda divisão.

Chegamos assim ao fim deste Magazine Desporto.

Angélica Malinverno: «Objectivo é sempre conquistar títulos com o Benfica»
18 October 2024
Angélica Malinverno: «Objectivo é sempre conquistar títulos com o Benfica»

O mundo viveu ao ritmo dos Jogos Olímpicos em Paris durante todo o Verão europeu. Desde então tem sido o regresso à vida normal dos campeonatos internos e das competições a nível continental.

O campeonato de Portugal da primeira divisão de voleibol feminino arrancou neste mês de Outubro, isto após o primeiro troféu da época ter sido atribuído em finais de Setembro com a Supertaça.

O SL Benfica, vencedor da Taça, defrontou o FC Porto, Campeão de Portugal, no Pavilhão Municipal de Santo Tirso, no Norte do país.

As encarnadas acabaram por arrecadar o troféu com um triunfo por três sets a um frente às portuenses.

Primeiro título da temporada para o Benfica e para a atleta brasileira Angélica Malinverno.

A RFI falou com a voleibolista brasileira que iniciou a sua segunda época de águia ao peito e com dois troféus já conquistados com a camisola encarnada.

Angélica Malinverno, de 35 anos,abordou a sua chegada ao Benfica e os objectivos que quer atingir, mas antes disso reconheceu ter ficado satisfeita com o triunfo na Supertaça.

Ainda em declarações à RFI, a central brasileira revelou-nos como surgiu a paixão pelo voleibol e como tem lidado com problemas físicos e psicológicos com os quais os atletas podem estar confrontados.

Angélica Malinverno, internacional brasileira de 35 anos, já representou o Sesi, o Vôlei Bauru, o Brasília, o Vôlei Amil e o Dentil Praia Clube no Brasil.

O Benfica defronta neste domingo, 20 de Outubro, o PV Colégio Efanor, clube vice-campeão de Portugal e finalista da Taça na época passada.

As encarnadas, que já venceram esta temporada a Supertaça e que arrecadaram na época passada a Taça, procuram conquistar o título de Campeãs de Portugal que não vencem há quase 50 anos, foi precisamente na temporada 1974/1975. Nessa altura o Benfica terminou uma série de nove títulos consecutivos, os nove que ainda hoje tem.

Chegamos assim ao fim deste Magazine Desporto.

Ciclismo: Ivo Oliveira, Rui Oliveira e António Morgado fazem balanço positivo da temporada
14 October 2024
Ciclismo: Ivo Oliveira, Rui Oliveira e António Morgado fazem balanço positivo da temporada

A temporada 2024 de ciclismo terminou neste fim de semana com a última grande prova, a Volta à Lombardia, em território italiano, conquistada pelo esloveno Tadej Pogačar da equipa dos Emirados Árabes Unidos, a UAE Team Emirates, sendo a 25ª vitória nesta época para o ciclista n°1 mundial.

O atleta esloveno, Tadej Pogačar, igualou o recorde do italiano Alessandro Petacchi que tinha também triunfado 25 vezes numa temporada. Dois atletas diferentes visto que o italiano venceu sempre ao sprint, numa luta entre os mais rápidos na recta final, enquanto Tadej Pogačar venceu quase sempre isolado com ataques longe da meta final, a 101 quilómetros da chegada no Campeonato do Mundo e a 48 quilómetros na Volta à Lombardia, entre outros exemplos.

Dois estilos e dois atletas que arrecadaram 25 triunfos, em 2005 para o transalpino e em 2024 para o esloveno de 26 anos.

Tadej Pogačar termina assim a temporada no primeiro lugar no ranking mundial, à frente do belga Remco Evenepoel, isto enquanto a equipa UAE Team Emirates triunfou na geral por equipas.

A equipa dos Emirados conta com quatro ciclistas portugueses no plantel: João Almeida, Rui Oliveira, Ivo Oliveira e António Morgado.

A RFI teve a oportunidade de falar com os três últimos atletas.

Em declarações à RFI, Rui Oliveira, de 28 anos, fez o balanço da temporada em que o ponto alto foi o título olímpico na prova de Madison no ciclismo de pista nos Jogos Olímpicos de Paris fazendo dupla com Iúri Leitão.

Rui Oliveira também abordou o facto de competir com Tadej Pogačar.

Rui Oliveira, ciclista de 28 anos, veste a camisola da UAE Team Emirates desde 2019. De notar que, para além do título olímpico, o atleta luso acabou no segundo lugar na terceira etapa da Volta ao Algarve, igualmente na segunda posição na primeira etapa da Volta à Áustria, e também na primeira etapa da Volta à Dinamarca no contra-relógio por equipas. Ainda no pódio, Rui Oliveira terminou no terceiro lugar na prova belga Super 8 Classic.

A RFI falou igualmente com o irmão gémeo de Rui, Ivo Oliveira. Ao microfone da RFI, o ciclista luso fez um balanço algo positivo da temporada mas realçou o triunfo do irmão nos Jogos Olímpicos. Aliás, Ivo devia ter participado na prova, mas uma queda com fractura da mão acabou com o sonho olímpico que finalmente festejou através do Rui.

Ivo Oliveira, ciclista de 28 anos, veste a camisola da UAE Team Emirates desde 2019. De notar que o atleta luso acabou no segundo lugar no prólogo na prova francesa Boucles de la Mayenne, bem como no contra-relógio do campeonato nacional de Portugal e no contra-relógio por equipas da Volta à Dinamarca. De destacar ainda o quinto lugar no prólogo da Volta à Romandia na Suíça, no Campeonato nacional de Portugal de estrada, na prova espanhola da Volta a Castela e Leão, e na primeira etapa da Volta a Burgos neste mesmo país europeu.

Por fim a RFI entrevistou António Morgado, ciclista de 20 anos, que disputou a sua primeira época no World Tour com a equipa UAE Team Emirates.

Em declarações à RFI, o ciclista luso fez um balanço positivo desta primeira época e espera ainda mais na segunda.

António Morgado, ciclista de 20 anos da UAE Team Emirates. De notar que o atleta luso acabou no primeiro lugar no contra-relógio no campeonato nacional de Portugal, bem como na prova italiana Giro della Romagna e na segunda etapa da Volta às Astúrias em Espanha, triunfando ainda na geral individual de melhor jovem na Volta ao Algarve em Portugal. Isto sem esquecer a segunda posição na prova belga Le Samyn, a terceira posição na segunda etapa da Corrida da Paz na Chéquia, e no quinto lugar na mítica prova belga Volta à Flandres.

De referir que a RFI realizou as três entrevistas durante a prova Paris-Tours conquistada este ano pelo francês Christophe Laporte (Team Visma | Lease a Bike).

Para encerrar este Magazine Desporto dedicado ao ciclismo, de notar que na semana passada decorreram os campeonatos africanos no Quénia.

Na prova de estrada masculina, o eritreu Henok Mulubrhan conquistou pela terceira vez o título, enquanto o melhor lusófono foi o angolano António Dário que ficou no décimo lugar a 13 segundos do vencedor.

Na prova de estrada feminina, a sul-africana Ashleigh Moolman triunfou pela quinta vez, enquanto a única lusófona presente, a angolana Yolanda Mendes, não chegou ao fim da corrida.

O melhor resultado dos atletas lusófonos em todas as categorias foi na prova masculina de juniores, onde o angolano Kilson Rodrigues ficou no quarto lugar a 2 minutos e 48 segundos do vencedor o eritreu Keven Teklemariam.

Fica assim encerrado este Magazine Desporto.

Mário Balbúrdia: «Quero regressar à selecção angolana e conquistar troféus»
11 October 2024
Mário Balbúrdia: «Quero regressar à selecção angolana e conquistar troféus»

Os campeonatos nacionais estão parados em todo o mundo devido à paragem para os jogos das diferentes selecções nacionais, inclusive as quatro da África Lusófona que ainda podem chegar à fase final do CAN 2025: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. 

As paragens permitem ir à descoberta de atletas pelo mundo fora, neste caso o médio angolano Mário Balbúrdia que actua no Dínamo Batumi na Geórgia. 

Já se realizaram 28 jornadas no Campeonato Georgiano em que o líder é o Torpedo Kutaisi com 57 pontos. 

Quanto ao Dínamo Batumi está na quarta posição com 42 pontos. 

A equipa, onde actua o internacional angolano, teve uma época atípica visto que foi Campeão em 2023 e teve de disputar as competições europeias, sendo eliminada sucessivamente da Liga dos Campeões e da Liga Europa Conferência. 

Mário Balbúrdia chegou ao clube da Geórgia durante o dito mercado de Verão. 

 

 

Em cinco jogos disputados, o médio de 27 anos já marcou três golos, inclusive o tento da vitória por 0-1 frente ao Kolkheti-1913 na última jornada disputada no passado fim-de-semana. 

Em entrevista exclusiva à RFI, Mário Balbúrdia, formado no 1° de Agosto, revelou-nos os motivos que o levaram a aceitar o convite georgiano após duas temporadas em Portugal ao serviço do Estrela da Amadora e do Mafra. 

O médio também abordou a Selecção Angolana para a qual espera ser novamente convocado. 

Em conversa com a RFI, o internacional angolano de 27 anos contou-nos como surgiu a paixão pelo futebol e os sonhos que ainda tem por realizar. 

Mário Balbúrdia, médio angolano, já representou o 1° de Agosto em Angola, clube com o qual se sagrou duas vezes Campeão, e também já vestiu as camisolas do Estrela da Amadora e do Mafra em território português. 

O próximo jogo do Dínamo Batumi é em casa frente ao FC Gagra a 18 de Outubro. 

Faltam oito jornadas para a liga georgiana ficar encerrada. 

Chegarmos assim ao Fim deste Magazine Desporto. Até breve. 

Andebol: Tremblay aposta em dupla António Areia e Tiago Rocha para garantir manutenção
07 October 2024
Andebol: Tremblay aposta em dupla António Areia e Tiago Rocha para garantir manutenção

A temporada 2024/2025 da primeira divisão de andebol masculino em França já está em andamento com cinco jornadas já disputadas. O Paris Saint-Germain, vencedor das últimas dez edições, vai defender a sua supremacia, isto após a saída da estrela da modalidade, o internacional francês Nikola Karabatic, que encerrou a carreira.

Após cinco jornadas realizadas, o Paris Saint-Germain lidera o campeonato com dez pontos, isto significa cinco vitórias em cinco encontros, e isto apesar da ausência da estrela francesa no plantel.

Na liderança partilhada está o Toulouse que também conseguiu carimbar um início de temporada 100% vitorioso.

No terceiro lugar com oito pontos temos dois concorrentes ao título nacional, o Nantes e o Montpellier, este último sendo o clube recordista no que diz respeito aos títulos de Campeão com 14 troféus conquistados.

De notar que os parisienses têm no total onze títulos, sendo que dez foram consecutivos entre 2015 e 2024.

Nesta liga com 16 equipas, há os clubes que lutam pelo título e os que tentam não descer, é o caso do Tremblay.

A equipa da Região Parisiense regressou à primeira divisão e quer se manter no mais alto patamar do andebol francês.

Para isso, o clube conta com dois jogadores portugueses: Tiago Rocha, que subiu da segunda para a primeira divisão com a equipa, e António Areia, que chegou durante o Verão proveniente do FC Porto.

A RFI teve a oportunidade de falar com os dois atletas após a derrota do Tremblay, em casa, frente ao Paris Saint-Germain por 32-40.

Para António Areia, internacional português de 34 anos, estes jogos servem sempre para preparar os encontros em que a equipa vai lutar com concorrentes directos à manutenção, ele que também abordou a sua adaptação à liga francesa.

António Areia, andebolista português, já vestiu as camisolas do Belenenses, do SL Benfica e do FC Porto em Portugal, tendo vencido, entre outros títulos, cinco campeonatos de Portugal.

Quanto a Tiago Rocha, internacional luso de 38 anos, lembrou que o Paris Saint-Germain é uma equipa de topo mundial, admitindo que a equipa terá sempre de lutar contra todas as equipas para angariar pontos, quer seja contra o PSG ou outros clubes, ele que, no entanto, admitiu que a derrota frente aos parisienses foi lógica.

Tiago Rocha, andebolista português do Tremblay, já representou o FC Porto e o Sporting CP em Portugal, o Wisla Plock na Polónia, bem como o Nancy e o Cesson-Rennes em França.

De notar que após cinco jornadas, o Tremblay ocupa o 14° lugar com dois pontos, sendo que apenas os dois últimos classificados é que descem de divisão.

Na próxima jornada, o Tremblay mede forças com o Ivry, enquanto o Paris Saint-Germain desloca-se ao terreno do Créteil, isto significa que vamos assistir a dois dérbis da Região Parisiense, a região mais bem representada na primeira divisão de andebol masculino em França.

Para fechar este magazine desporto,

Passamos ao futsal masculino,

O Brasil sagrou-se pela sexta vez campeão mundial de futsal. Os canarinhos impuseram-se no domingo, no Uzbequistão, na final perante a Argentina por duas bolas a uma. O rescaldo é de Rui Almeida, em serviço especial para a RFI.

Recorde-se que no terceiro lugar ficou a Ucrânia que derrotou a França por 7-1 na luta pela medalha de bronze.

Quanto a Portugal, vencedor em 2021 do título mundial, foi eliminado nos oitavos-de-final por 2-1 perante o Cazaquistão.

Chegamos assim ao fim deste Magazine Desporto.

Exigência actual de desempenho ao mais alto nível coloca "peso enorme" nos jogadores de futebol
03 October 2024
Exigência actual de desempenho ao mais alto nível coloca "peso enorme" nos jogadores de futebol

Entre ligas e campeonatos nacionais e competições internacionais, um jogador de futebol profissional pode jogar entre 50 a 70 jogos por ano, uma média que compromete a longevidade da sua carreira. Mais atenção à saúde físical e mental dos desportistas pode prevenir abandonos precoces de carreiras.

Daqui a duas semanas, as ligas europeias e vários sindicatos de jogadores vão apresentar uma queixa em conjunto contra a FIFA junto da Comissão Europeia por considerarem que o calendário sobrecarregado de jogos de futebol nesta temporada, seguida de um Mundial de Clubes em 2025, põe em causa a saúde dos jogadores de futebol profissional que actuam ao mais alto nível.

Estas queixas surgem sobretudo depois de a Liga dos Campeões ter mudado o seu formato e ter adicionado dois jogos à competição.

Para Sérgio Teixeira, preparador físico do Moreirense Futebol Clube, clube português que actua na Primeira Liga, mais do que o número dos jogos, é a actual exigência do futebol nacional e internacional que determina o desgaste físico dos jogadores.

"Quanto mais importante é a competição, quanto mais visibilidade, quanto mais exposição, mais stress e ansiedade gera. Mas, essencialmente, a evolução do futebol relativamente àquilo que se pede a cada jogador, a inteligência de movimento, a capacidade de tomar decisões rápidas, executar movimentos complexos, mas também memorizar vários tipos de movimento, que são esforços repetitivos, acabam por afectar o sistema nervoso central e podemos dizer que podemos estar numa fase do futebol moderno, em que cada jogo acaba por, em termos neurofisiológicos, ser mais exigentes do que há dez anos", disse Sérgio Teixeira em entrevista à RFI.

Para contrariar este desgaste há hoje técnicas que permitem recuperar o corpo, sem esquecer a saúde mental dos jogadores. Desde logo a avaliação correcta da idade biológica dos jogadores pode ajudar na sua recuperação, mas também novas tecnologias que permitem, por exemplo, diminuir a inflamação muscular. No entanto, sem o devido espaço de tempo entre as altas performances no campo, estas tecnicas podem não ser eficazes.

"Os esforços são repetitivos e os jogadores acabam por estar muitas vezes em competição e o tempo de recuperação acaba por não ser o ideal, até porque quando existe um calendário congestionado, é difícil melhorar a condição física e acabamos por entrar num ciclo de monotonia de treino em que apenas a recuperação-jogo-recuperação-jogo e acabamos por não ter aquela exposição a uma melhoria física, um desenvolvimento físico e muitas vezes acabamos por dar prioridade à recuperação, obviamente. Mas a longo prazo perpetua-se um ciclo de desgaste e exposição maior as lesões", indicou

Mais lesões, mais cansaço físico e maior cansaço mental podem levar também a um abandono precoce da carreira, algo cada vez mais comum entre grandes estrelas do futebol.

"A mente e o corpo estão ligados e acabamos por dizer que a pressão constante para manter um desempenho ao mais alto nível, aliada à exposição mediática, às expectativas dos atletas, coloca um enorme peso sobre os ombros dos jogadores. Esse stress psicológico contínuo não só afecta o bem-estar mental do atleta, mas também tem um impacto directo na sua capacidade de recuperação e na resposta do corpo a lesões. Vários estudos mostram que o stress prolongado pode enfraquecer o sistema imunitário, pode atrasar a cicatrização de lesões, contribui para o risco de eles decidirem terminar a carreira mais cedo", destacou Sérgio Teixeira.

Em termos de longevidade nos relvados, há o exemplo de Cristiano Ronaldo que com 39 anos continua a jogar e a marcar. Neste caso, Sérgio Teixeira considera que o craque português conseguiu ter uma equipa à sua volta desde nutrição até à fisioterapia que alia todas as novas tecnicas para manter a sua boa forma física e mental. Mas ele próprio também tem um papel determinante na sua saúde.

"Eu penso que o Cristiano Ronaldo acabou por, em termos de nutrição, ser bastante preocupado com isso. Teve ajuda, claro, mas ao nível daquilo que é o treino, tenho a certeza absoluta que ele é dos maiores conhecedores sobre aquilo que precisa fazer para ter esta longevidade", concluiu.

Campeonato do Mundo no Uzbequistão é "mostra de futsal ao mais alto nível"
30 September 2024
Campeonato do Mundo no Uzbequistão é "mostra de futsal ao mais alto nível"

O Campeonato Mundial de Futsal está a aproximar-se do fim, com duas selecções lusófonas já eliminadas: Angola e Portugal. No entanto, até 06 de Outubro, este campeonato continua a mostrar a evolução do futsal, um desporto que conquista cada vez mais jogadores e adeptos em todo o Mundo.

No que diz respeito às esquipas lusófonas, segue ainda neste campeonato o Brasil, uma das equipas favoritas para chegar à final, tendo eliminado Marrocos no Domingo, como nos relatou Rui Almeida, jornalista desportivo que está a acompanhar este Mundial no Uzbequistão.

"Estava-se à espera da vitória do Brasil. O Brasil, de resto, tem revelado uma maturidade competitiva muito grande e uma das melhores equipas. É recorrente que seja uma das melhores equipas nos Mundiais de futsal. É um país com grande tradição, tem uma equipa muito sólida, tem o actual melhor jogador do mundo, Pito, que no entanto até nem tem dado muito o contributo à equipa porque está a recuperar de uma lesão. Mas o Brasil acabou por ganhar a Marrocos. Marrocos, que é uma equipa campeã africana que cumpriu perfeitamente a sua missão neste Campeonato do Mundo no Uzbequistão. Chegou aos quartos de final, Não perdeu por uma goleada, pelo contrário, vendeu caro a derrota", disse.

Portugal foi eliminado pelo Cazaquistão, uma equipa que nas últimas décadas tem vido a dar cartas no futsal, assim como outras equipas da Ásia Central. Um movimento desportivo que justifica que este evento se realize no Uzbequistão, com o futsal a ser praticado ao mais alto nível em cada vez mais países no Mundo.

"Este Mundial de Futsal está a ser transmitido em directo para 150 países. É uma grande aposta da FIFA. Do ponto de vista organizativo, do ponto de vista estrutural, o futsal é hoje uma modalidade espalhada pelos seis continentes. Tivemos, de resto, aqui equipas representativas justamente das seis confederações continentais da Federação Internacional de Futebol. É uma modalidade que tem crescido muito do ponto de vista qualitativo, isto é, no desempenho técnico ou tático, na capacidade dos jogadores, no desenvolvimento dos novos jogadores, na capacidade dos treinadores. E, portanto, eu diria que estamos aqui com uma mostra de futsal ao mais alto nível. A Ásia tem alguma tradição. É a terceira vez que o Mundial no século XXI, é organizado na Ásia. Foi na China. Taipé foi em 2012, há 12 anos na Tailândia e agora no Uzbequistão. E estas equipas asiáticas aqui da Ásia Central. O Tajiquistão, o Afeganistão, o Cazaquistão, o Irão e o próprio Uzbequistão têm-se mostrado em crescendo, com uma estrutura muito sólida no que diz respeito à capacidade de encarar a modalidade de uma forma extremamente competitiva e extremamente profissional", declarou Rui Antunes.

Já Angola foi a primeira equipa lusófona a ser eliminada, dizendo sair de cabeça erguida desta competição. Tendo em conta as capacidades desta equipa e os esforços de divulgação desta modalidade no país, Rui Almeida, considera que Angola poderia mesmo concorrer à organização do próximo Mundial de futsal em 2028.

Flag Football: o futebol americano sem contusões e acessível a todos
27 September 2024
Flag Football: o futebol americano sem contusões e acessível a todos

O Flag Football é uma modalidade muito similar ao futebol americano, mas onde não há bloqueios nem placagens, diminuindo a agressividade do desporto. Em 2028, este desporto praticado já por 20 milhões de pessoas no Mundo será modalidade olímpica em Los Angeles.

Em vez de bloquear o adversário com o corpo, provocando quedas e choques que comprovadamente podem vir a debilitar os jogadores para o resto da vida como acontece no futebol americano, o flag football, inventado por soldados norte-americanos no fim da Segunda Guerra Mundial, substitui o contacto físico por um cinto com duas fitas.

Ao retirar a fita ao adversário, este é obrigado a parar a jogada, tudo isto enquadrado pelas regras do futebol americano, como explicou em entrevista à RFI Francisco Pereira, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol Americano e Coordenador do Flag Football em Portugal.

"O flag football é uma vertente do futebol americano sem contacto. Ou seja, removemos toda a parte da placagem e do bloqueio e substituímos por um cinto de fitas na cintura que substitui a placagem. Ou seja, assim quando uma pessoa retira a fita do adversário, é como se fosse uma placagem. Ou seja, as regras básicas do futebol americano são exactamente as mesmas. O flag só retira essa parte do contacto. O campo também é mais pequeno, são menos jogadores, enquanto no futebol americano são 11 jogadores, no flag são só cinco", explicou Francisco Pereira que pratica esta modalidade há 12 anos.

Muito jogado já nos Estados Unidos e noutros países anglosaxónicos, assim como na América Central e do Sul, o flag football está agora presente na Europa, com equipas de qualidade internacional como a Alemanha ou a França e começa também a ser muito jogado na Ásia.

"Com a facilidade que há em iniciar este desporto, ele acabou por surgir um pouco por todo o mundo, até tem mais praticantes do que o futebol americano propriamente dito, até mesmo a nível de selecções, há muito poucas selecções de futebol americano, o flag já existem centenas de selecções a nível mundial, inclusive este em Agosto tivemos o Mundial na Finlândia, com as melhores selecções e efectivamente os Estados Unidos que ganharam tanto no masculino como no feminino. Depois temos o México. Também costuma a dar luta aos Estados Unidos, o Canadá também. Depois, aqui na Europa também temos boas selecções, como a Alemanha, como a França, a Itália", detalhou Francisco Pereira.

Em Portugal, a modalidade também tem vindo a crescer como explicou o coordenador do Flag Football em Portugal.

"O ano passado conseguimos reerguer a Liga [após a covid-19], ou seja, conseguimos pegar nas equipas que existiam e conseguimos fazer uma Liga. Tivemos também algumas equipas da Galiza convidadas para se juntarem a nós e tivemos, digamos, o ano zero da Liga Portuguesa com dez equipas a nível nacional. Este ano batemos todos os recordes de número de equipas. Vamos começar agora a Liga em Outubro, com 16 equipas a nível nacional", concluiu Francisco Pereira.

120 anos depois, lacrosse volta a ser modalidade olímpica nos Jogos de 2028
23 September 2024
120 anos depois, lacrosse volta a ser modalidade olímpica nos Jogos de 2028

O lacrosse estará de regresso às modalidades olímpicas, 120 anos depois de ter sido jogado pela última vez nuns Jogos Olímpicos em Londres, em 1908. Entretanto saiu só da esfera anglosaxónica e é praticado um pouco por todo o Mundo.

Este desporto em que os jogadores estão munidos de uma rede e passam a bola entre si, com movimentos rápidos, tentando roubar a bola ao adversário é muito popular nos países anglo saxónicos, mas joga-se um pouco em todo o Mundo.

Pedro Nunes é presidente da Associação Portugesa de Lacrosse e explicou em entrevista à RFI como e onde se pratica actualmente este desporto.

"O lacrosse joga-se maioritariamente nos países anglo saxónicos. Tudo o que é Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Reino Unido e Austrália é muito forte e agora está a crescer noutros países, não só na Europa, principalmente na zona mais do norte da Europa. Alemanha. Todos os países nórdicos, como a Suécia. Mas também está a crescer em sítios como o Japão, por exemplo, e agora, mais recentemente, está a chegar cá ao Sul da Europa, Portugal, Espanha e Itália", disse em entrevista à RFI.

Jogado normalmente com 10 jogadores e sendo um jogador muito dinâmico, a bola no lacrosse passa de stick em stick - uma rede montada num stick parecido ao hockey -, com os jogadores a tentarem roubar a bola ao adversário. É um jogo onde se corre a grande velocidade.

Influenciado por um uma série norte-americana, Pedro Nunes envolveu-se neste desporto e vê-lo agora voltar aos Jogos Olímpicos - durante duas edições, em Saint Louis em 1904 e em Londres em 1908, o lacrosse foi modalidade olímpica - é muito gratificante para os praticantes.

"É uma coisa que já se andava a falar há algum tempo mas que que recentemente tornou se realidade, o lacrosse vai voltar aos Jogos Olímpicos e estamos muito contentes e estamos a preparar-nos para isso mesmo porque é uma preparação diferente. Será jogado com seis jogadores de cada lado e temos de nos adaptar, mas esta exposição é muito boa, especialmente para o crescrimento da modalidade", concluiu Pedro Nunes.

O novo formato mais "atractivo" e "exigente" da Liga dos Campeões de futebol masculino
20 September 2024
O novo formato mais "atractivo" e "exigente" da Liga dos Campeões de futebol masculino

Destaque para o novo formato da Liga dos Campeões europeus de futebol masculino, que iniciou esta semana com uma mudança fundamental, o sistema de classificação única e um calendário mais apertado. Para rivalizar com a nova e dissidente Superliga, a Liga dos Campeões torna-se mais exigente para os jogadores, o que tem gerado algumas polémicas.  

Neste novo formato da Liga dos Campeões europeus de futebol masculino deixa de haver a fase de grupos, o número de equipas passa de 32 para 36 e isto numa classificação única. Na fase da liga, antiga fase de grupos, os oito primeiros apuram-se directamente para os oitavos de final. As equipas que terminarem entre o 9º e o 24º lugares vão disputar um play-off eliminatório, a duas mãos, para saber quais seguem também para os oitavos-de-final da competição. As equipas que terminarem do 25º lugar para baixo, inclusive, serão eliminadas, sem acesso à UEFA Europa League.

Para o jornalista desportivo Eric Mendes, este novo formato resulta em jogos mais competitivos, em teoria, apesar de na prática se ter assistido a empates como o 0 a 0 entre o Manchester City e o Inter de Milão, a 18 de Setembro, ou o empate por 0 a 0 entre o Atalanta Bergamo e o Arsenal, a 19 de Setembro.

"Não deixa de haver situações em que a sensação de alegria e de surpresa acontece afinal nos jogos à parte, de segundo nível digamos, como foi o caso do Brest face ao Sturm Graz (2-1) ou até a vitória do Benfica fora de casa, em Belgrado, face ao Estrela Vermelha (1-2)", analisa Eric Mendes. 

Este início de Liga deixa assim antever que possa haver uma "competição larga e aberta até ao final, até à última jornada", segundo o jornalista. 

O novo formato da Liga, que a UEFA promete "mais atractivo", tem como finalidade gerar mais receitas. Implica portanto mais jogos, um calendário mais apertado e mais esforços da parte dos jogadores. Alguns treinadores e jogadores queixaram-se aliás deste novo formato e houve mesmo ameaças de greve por parte de jogadores, como o espanhol Rodri. O médio do Manchester City denunciou, em conferência de imprensa, um ritmo demasiado elevado: "Não podemos disputar 60 ou 70 jogos. Um jogador pode evoluir no topo durante 40 a 50 encontros. Depois, diminuem as capacidades, porque não é possível manter esse nível físico. Temos que cuidar de nós, somos as personagens principais deste desporto, ou deste negócio, pouco importa como o designam". 

Neste cenário em que o número de competições não pára de aumentar, "todos, seja a UEFA ou a FIFA, querem ter a sua parte do bolo, mas o bolo está a ficar cada vez mais pequeno", considera Eric Mendes. Neste contexto, "ninguém fala do jogador, da qualidade física dos jogadores e da ausência dos jogadores nas negociações", diz ainda o jornalista desportivo. 

De notar que por sua vez, a FIFA está a organizar um novo torneio do Mundial de Clubes, a decorrer nos Estados Unidos durante o verão de 2025. Algumas ligas europeias e sindicatos anunciam que vão apresentar queixa contra a FIFA perante a Comissão europeia, a 14 de Outubro, devido à multiplicação dos jogos que tornam as temporadas cada vez mais intensas. 

Uma sucessão de competições "ilógica", na opinião de Eric Mendes. "Este novo torneio da FIFA é quase uma concorrência directa aos campeonatos, porque alguns campeonatos vão arrancar quase uma semana depois do Mundial dos Clubes e a partir daí, onde estão as vedetas? De férias. O que quer dizer que as grandes figuras dos campeonatos não estarão presentes", explica o analista, apontanto para um factor contra-productivo porque "quando as vedetas não estão presentes, o público também não está".  

A primeira jornada do novo formato da Liga dos Campeões iniciou esta semana, com alguns duelos imperdíveis como a derrota do AC de Milão face ao Liverpool (1-3) ou a vitória do Mónaco face ao mítico Barcelona (2 a 1) na quinta-feira à noite.

A competição arrancou da melhor forma também para os clubes portugueses, com as vitórias do Sporting (2-0) frente ao Lille) e do Benfica (1-2) contra o Estrela Vermelha de Belgrado.

A segunda jornada da Liga inicia a 1 de Outubro.