Cabo Verde perto de atingir o "céu" e conseguir a qualificação para o Mundial de 2026
12 September 2025

Cabo Verde perto de atingir o "céu" e conseguir a qualificação para o Mundial de 2026

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Cabo Verde está a dois jogos de se apurar oficialmente para o Mundial de 2026, sendo actualmente líder do grupo D. Perante este quase apuramento, Rui Águas, antigo seleccionador de Cabo Verde, considera que a equipa terá pouco tempo de preparação, mas que o importante é que o espírito do grupo prevaleça especialmente porque o Mundial vai decorrer nos Estados Unidos, um país onde há uma grande comunidade cabo-verdiana.

Cabo Verde está cada vez mais perto do apuramento para o Mundial de 2026 e mesmo com dois jogos ainda por realizar em Outubro contra a Líbia e o Essuatíni, os Tubarões Azuis têm o passaporte quase carimbado.

Este apuramento deixa Rui Águas, antigo seleccionador de Cabo Verde, muito feliz, e em entrevista à RFI, o treinador português, disse que a possibilidade de um apuramento para o Mundial de 2026 que se realiza nos Estados Unidos, onde há uma grande comunidade cabo-verdiana, será o “céu” para o arquipélago.

"Estou muito contente, muito feliz, porque sei aquilo que representa a seleção de Cabo Verde para os cabo-verdianos. Foi sempre uma sensação que tive com as pessoas muito próximas da selecção, os jogadores muito próximos da sua terra, das famílias. É um país com muitas carências, mas com um carisma muito especial. Um país com uma alegria de viver grande. E eu gostei muito de lá estar", recordou o técnico.

Rui Águas dirigiu a selecção de Cabo Verde entre 2014 e 2019, com um intervalo entre 2016 e 2017, e chegou a levar esta formação ao Campeonato Africano das Nações em 2015. Sobre o mais recente jogo na terça-feira com os Camarões, em que Cabo Verde ganhou por 1-0, o antigo seleccionador disse que foi uma vitória merecida.

"Eu vi o jogo. Confesso que à partida tinha um bocadinho de receio porque Camarões é das seleções mais fortes de África. Mas em casa, Cabo Verde, normalmente, é forte. É um estádio difícil, com condições difíceis, com relva artificial. Isto é um factor que, dependendo dos adversários, joga a favor ou contra. Neste caso, jogou a favor. O vento normalmente é forte. Por acaso este jogo teve condições diferentes, com alguma chuva e o vento que não apareceu, ao contrário do que é costume. Eu acho que justificaram perfeitamente a vitória. Não é daquelas vitórias que caem do céu. É uma vitória merecida", explicou Rui Águas.

Pelo calendário, falta ainda cumprir dois jogos para que o apuramento seja definitivo, um deles contra a Líbia e outro com o Essuatíni. No entanto, o passaporte já está quase carimbado e Rui Águas fala de um trabalho de grupo até ao Mundial.

"O tempo de preparação nunca é aquilo que se pretende a uma seleção. Enfim, é um trabalho diferente. É um trabalho de reunião dos vários jogadores, dos treinadores, já que estão habituados a métodos de treino diferentes, países diferentes, clubes diferentes. Por isso é um trabalho muito de liderança e de reunião de um espírito que em Cabo Verde é muito forte. Realmente é isso que faz a equipa melhor. Um espírito de equipa que é muito especial. Aquilo que se pode fazer em treino não é muito, porque o tempo também não é muito. Mas o entendimento entre os jogadores acaba por estar acima de de qualquer outra coisa. E depois, partindo do princípio que a seleção vai ao Mundial e é nos Estados Unidos, onde há muitos cabo verdianos e é uma ocasião que eles vão por certo, fazer render, digamos assim. É uma ocasião tão especial, tão difícil de acontecer, que vai ser o céu para todos", concluiu Rui Águas.