No magazine desportivo desta sexta-feira falamos da Taça das Nações Africanas 2025, em Marrocos. A prova vai contar com duas seleções lusófonas: Angola e Moçambique. A Selecção de Moçambique venceu esta terça-feira, 19 de Novembro, a Guiné-Bissau por 2-1, garantindo a qualificação para a fase final da CAN.
Pelo segundo ano consecutivo, a selecção de Moçambique alcança a fase final da CAN. O internacional moçambicano, Manuel Bucuane, conhecido por Tico-Tico, realça a importância do apuramento. Para o antigo jogador da selecção de Moçambique esta qualificação deve-se ao "espírito de união de grupo" e ao facto de a "selecção moçambicana estar a crescer".
Penso que a união do grupo é a mesma desde que Chiquinho entrou. A equipa está a crescer a olhos vistos. Antes, tínhamos muitas dificuldades em ganhar jogos fora de casa, um empate era uma vitória para nós. Com este grupo é diferente, conseguem arrancar pontos fora de casa. A equipa é coesa e regular. Tem subido bastante no ranking nos últimos tempos. O Chiquinho já foi nomeado, por duas vezes, como um dos melhores treinadores da África.
O internacional Tico-Tico descreve a selecção moçambicana como uma equipa que tem conquistado o apoio do público, destacando o espírito de luta de jogadores como Reinildo, que joga no Atlético de Madrid, e que transmite energia tanto à equipa como aos adeptos.
Na defesa temos o Reinildo, que joga no Atlético de Madrid, é um jogador com muita garra e quando ele joga aqui, em Maputo, o público vibra com a entrega dele. É um jogador que não se poupa. Isso transmite uma certa energia na equipa e também ao público. Na equipa temos, ainda, Dominguez que já está com 41 anos, que é o nosso capitão. Já não tem a mesma energia, a mesma estrutura física, mas é muito aclamado pelo público e quando ele joga traz alegria.
A selecção moçambicana tem mostrado um bom desempenho, embora tenha enfrentado dificuldades nas competições passadas. Segundo Tico-Tico, a aposta na parte psicológica da equipa foi evidente, com jogadores mais jovens a acreditar que podem competir com as melhores selecções africanas.
Quero acreditar que neste próximo ano Moçambique vai conseguir aquilo que nunca conseguiu antes, que é uma vitória, pelo menos na competição e - até mesmo - passar para outra fase, porque não? Vai depender da sorte no sorteio. Estou em crer que no próximo ano, continuando com esse crescimento, termos uma equipa que possa trazer mais alegrias, ganhar um jogo, porque nunca ganhamos um jogo a esse nível.
A Alemanha apurou-se para as meias-finais da Taça Davis em ténis, ao eliminar o Canadá em dois encontros de singulares, e defronta os Países Baixos na primeira meia-final desta sexta-feira, 22 de Novembro. Os Países Baixos, que afastaram a Espanha na despedida de Rafael Nadal. José Morgado jornalista e comentador de tenis está em Málaga a acompanhar a Taça Davis, onde acompanhou o último encontro de Rafael Nadal e a cerimónia de despedida.
Foi especial, comovente e emocionante. Se foi a altura? Não sei. Tenho sempre muitas dúvidas em relação a isso porque acho que era difícil fazer uma despedida à altura de Nadal. Foi um pouco ingrato porque, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com Roger Federer, quando Federer se retirou, sabia-se exactamente qual era o dia. Foi possível convidar e ter lá as pessoas presentes. Achei que o Nadal estava um pouco sozinho no campo. Achei que deviam ter permitido que a família dele entrasse em campo. A família estava nas bancadas e ele pareceu-me um pouco isolado de tudo e, obviamente, faltaram-lhe alguns elementos fundamentais. Faltaram os seus rivais Novak Djokovic e Roger Federer.
Com 92 títulos conquistados, entre eles 22 Grand Slams, Rafael Nadal inscreveu o seu nome na história do ténis. Os 14 títulos em Roland-Garros são um feito único, um recorde absoluto que lhe garantiu o título de "rei da terra batida". Mais do que números e troféus, a história de Nadal fica marcada pela perseverança, pela paixão pelo ténis e pelo respeito que conquistou tanto dentro como fora dos cortes.
Acho que é um exemplo a seguir e não apenas no ténis, mas há milhares de miúdos que começaram a jogar ténis por vê-lo a jogar desde pequenos. Conheço alguns exemplos, até de atletas portugueses conhecidos. Por exemplo, temos um futebolista português, o André Horta, internacional, que joga no Sporting de Braga, que tem a cara de Nadal tatuada na perna. O capitão da selecção portuguesa de hóquei em patins é um dos maiores fãs de Nadal que eu conheço. Ele é uma inspiração não apenas enquanto atleta, mas enquanto no modo de estar na vida. E isso é o melhor que se pode pedir quando se questiona que legado é que determinada pessoa deixa. O ténis não é só números, mas 14 títulos em Roland Garros é quase inacreditável - só de ser dito é uma coisa completamente impensável e completamente irrepetível na história da modalidade. Só participar em Roland Garros 14 vezes já é difícil para qualquer jogador, significa que se tem que estar 14 anos ao mais alto nível. Imagine-se o que é ganhar 14 vezes este facto inacreditável.
As meias-finais desta sexta-feira e sábado põem frente a frente a Alemanha com os Países Baixos e a Itália e a Austrália. José Morgado conta-nos o que se pode esperar desta Taça Davis.
A Itália é favorita. Ontem, passou por dificuldades perante a Argentina, por isso, obviamente, não vai ser fácil. A Austrália tem uma equipa muito forte. Vamos ver como corre a outra meia-final porque está tudo muito em aberto. Os Países Baixos, como dissemos, surpreendeu a Espanha. Estou em crer que eles são ligeiramente favoritos entre a Alemanha. A Alemanha não tem Zverev, mas ainda assim ganhou ao Canadá. Vai ser uma eliminatória interessante. Se tivesse que arriscar, arriscaria na Itália.