Olá, querido tempo. Amedrontas-me. Escondo-me de ti e esqueço-me de viver. No meu esconderijo observo a tua sombra dançante que sinaliza a tua passagem, o teu acordo com os astros. Tu, porém, não me vês. Estou segura - penso para mim. E aqui o tempo passa mas não o temo, porque ele não me vê. Agora, com o rolo quase em branco, percebi. O tempo, afinal, vinha apenas chamar-me para brincar... mas eu interpretei-o mal. Esse rolo da minha vida está cheio de frames vazios... não tem memórias, não tem sorrisos, não tem aprendizagens, não tem contos de coragem, quedas ou ascenções... está vazio.
Não te escondas. Não temas a velhice, a dor, a vulnerabilidade... teme a inação perante os dias. Teme perderes-te de ti próprio. Teme deixar passar mais um dia sem sorrir. Enfrenta as pás do moinho, convida-as para um tango!
Somos ensinados a medir a importância da vida pelo tempo... pela idade. Medimos idades, traçamos limites, comparamos feitos. Desistimos. É uma corrida que sentimos não poder vencer. Por quê? Vamos aprender a desaprender. Vamos reprogramar as nossas mentes. Vamos medir graus de satisfação, de conquista, até mesmo de temporária derrota. Deixa-te cair. Sorri, estás no chão! Que delícia, estás a viver. No teu esconderijo não saberias a que sabe uma queda... levanta-te, arranja o cabelo, sacode a poeira, agradece e vai viver. Não sou só eu que o digo. A Sónia, o Ildeberto e o José aconselham-te o mesmo. Já ouviste as suas sábias palavras, os seus conselhos? Ouve.
Pensa sobre as tuas reais limitações, sobre a mensagem que transmites aos mais pequenos, sobre os teus medos e preconceitos... O que gostarias de fazer? O que te leva ao "não posso"?
Rebela-te: recusa-te a envelhecer! Rejuvenesce!
Como dizia esta equipa fantástica: aproveita o tempo, não o deixes passar por questões sociais... Preenche o vazio! Torna-te útil! Procura a tua felicidade! Nada deixes por fazer ou por dizer! Dá uma cambalhota, muda de perspetiva! Adapta-te ao presente! Aguça a tua espiritualidade! Cuida da tua saúde! Amanhã não... hoje!
Tapa os ouvidos, não olhes para o lado... dança, corre, imobiliza-te, lambuza-te com o momento! Faz o que te aprouver... é o teu tempo, é o teu caminho, é a tua história. Tarde? Será... se nunca começares.
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