No programa Saúde em Foco de março, mês das mulheres, o tema abordado é a Síndrome ASIA, descrita pela primeira vez em 2011. O entrevistado é o cirurgião plástico Pedro Smaniotto. Uma oportunidade para compreender as reais questões que envolvem os implantes mamários de silicone. No último ano, pesquisas no site google sobre essas doenças cresceram 350% e relacionadas a elas, buscam sobre explante de silicone apresentaram aumento de 170%.
A síndrome ASIA ou síndrome autoimune/autoinflamatória induzida por adjuvantes resulta de uma resposta imune hiperativa a substâncias estranhas ao corpo. Adjuvantes são diferentes substâncias que podem estimular a resposta imunológica. Algumas substâncias como o silicone, podem atuar como um adjuvante.
“Assim, embora muito raramente, o silicone das próteses mamárias pode ser o gatilho para o desenvolvimento de resposta inflamatória ou autoimune em pessoas geneticamente predispostas”, esclarece o cirurgião plástico.
Para se evitar esta complicação, o cirurgião plástico, antes de fazer o implante de silicone, deve verificar antecedente pessoal e familiar de possível doença autoimune, reação prévia a adjuvantes, e, eventualmente, solicitar avaliação de reumatologista para casos duvidosos.
Smaniotto explica que a Síndrome ASIA não é de fácil diagnóstico, são sintomas variados. Não é uma doença em si, engloba acometido de vários sistemas. A pessoa pode ter dores musculares, cansaço, fadiga dores articulares, musculares entre outras.
Ainda de acordo com o especialista, é importante falar sobre o assunto. “O objetivo da ciência não é produzir verdades indiscutíveis, mas discutíveis. Um exemplo é a pandemia, que tornou visível algo mal compreendido pela população, o fato de que a ciência não é um todo claro e definido e que o consenso científico é criado pela pesquisa, pelo confronto, pela tentativa de refutar afirmações e pela reprodução de resultados”, comentou o cirurgião Pedro Smaniotto.