O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, abriu mão politicamente de Salvador. A edição de 2025 do Carnaval na capital baiana foi o exemplo mais explícito que o grupo que atua no governo estadual prefere investir no interior do estado, onde garantiu a eleição, ao invés de “dar murro em ponta de faca” para desafiar a hegemonia da oposição em Salvador. A estratégia, iniciada ainda em 2024, ganhará contornos mais visíveis ao longo dos próximos meses.
Enquanto os holofotes da imprensa estavam majoritariamente focados em Salvador, Jerônimo foi a Barreiras para a abertura do Carnaval de lá, visitou Cairu e Belmonte — as duas primeiras, inclusive, governadas por prefeitos de oposição. Com o périplo, o governador se ausentou de momentos considerados simbólicos do Carnaval de Salvador: a saída dos blocos afro.
Foi a primeira vez em muitos anos que as saídas do Olodum, do Ilê Aiyê e dos Filhos de Gandhy não contaram com a presença do chefe do Executivo estadual. A justificativa, dada aos sussurros, era evitar ciúmes, já que Jerônimo priorizou a abertura do Carnaval em Barreiras e não poderia estar no Olodum. Ao invés de faltar apenas um, Jerônimo tomou falta nos três.