
Paris Photo: editora de SP traz livros de 28 brasileiros para a maior feira de fotografia do mundo
RFI Convida
Entre mais de 40 editoras do mundo todo, apenas uma brasileira, a Fotô Editorial, de São Paulo, participou da sessão de livros da Paris Photo, maior feira de fotografia do mundo, que aconteceu de 14 a 16 de novembro, no Grand Palais, na capital francesa. Vinte e oito fotógrafos editados pela Fotô participaram do evento, falando de seus livros e autografando obras.
Patrícia Moribe, da RFI em Paris
A Fotô Editorial foi fundada em 2016, em São Paulo, por Éder Chiodetto, fotógrafo e curador, Elaine Pessoa, artista visual, e Fabiana Bruno, pesquisadora e antropóloga. A editora tem hoje, em seu catálogo, cerca de 70 títulos.
A Fotô e a Puro Chile foram as únicas representantes da América Latina durante a Paris Photo. Chiodetto conta que a seleção foi rigorosa. “Já tínhamos pleiteado duas vezes, mas agora temos um catálogo mais encorpado, e que foi visto como uma grande originalidade de abordagem, tanto pelos temas que os nossos fotógrafos englobam, quanto pela riqueza dos nossos projetos gráficos, que renovam bastante o formato clássico dos livros de fotografia”, explica. Depois de algumas etapas, a editora recebeu finalmente o convite. “Ficamos juntos com editoras japonesas, coreanas, alemãs, muitas francesas, que são referência no mundo todo.”
“A gente entra bem nesse circuito de pensar as narrativas visuais, de produzir fotolivros como quem produz um romance, um ensaio sobre temas latentes das questões culturais que tangenciam o Brasil, o mundo, mas também de questões subjetivas que os nossos fotógrafos trazem”, fala Eder Chiodetto, que foi repórter fotográfico da Folha de S.Paulo e também editor e critico de fotografia do caderno Ilustrada. Ele também deu aulas em universidades e foi curador de fotografia no Museu de Arte de São Paulo. Essa experiência o norteou para desenvolver cursos específicos sobre linguagem fotográfica.
Chiodetto conta que pesquisadores de universidades americanas e europeias compraram exemplares da coleção, além de colecionadores e público. Além disso, a Biblioteca Nacional da França também vai fazer uma aquisição de porte.
“Viemos aqui justamente para fazer esses contatos, ampliar o nosso leque e furar um pouco esse bloco, pois é muito difícil para nós, da América Latina, conseguir vir e mostrar o trabalho de uma forma tão enfática”, ressalta Chiodetto.