O FestiFrance chega à sua 10ª edição exibindo 59 filmes de 7 países, sendo 32 curtas-metragens de produção francesa e 15 curtas brasileiros; com curtas de animação de Israel, Palestina, Canadá, França, Estados Unidos e do continente africano. As exibições dos filmes serão gratuitas e se dividirão entre as telas do Cine Theatro Brasil (26 e 27 de novembro) e do Sesc Palladium (28, 29 e 30 de novembro) em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde a mostra acontece desde 2015.
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"Foi muito difícil o critério de seleção este ano, porque recebemos 2.885 filmes para escolher apenas 59", conta Roberto de Matos, diretor e fundador do FestiFrance. Ele conta que o caráter social do festival garante o interesse do público brasileiro. "Esse é o nosso diferencial. O festival sempre teve um caráter humanitário muito forte", afirma.
"Dentro da programação, temos várias atividades paralelas, como oficinas para comunidades carentes, incluindo moradores de aglomerados, detentas da prisão feminina Estevão Pinto (um trabalho que realizamos com as custodiadas desde 2018), e também com a comunidade indígena Pataxó", detalha Matos. "Este ano, vamos atuar diretamente na reserva dos Pataxós. Além disso, pelo segundo ano consecutivo, estamos realizando projeções exclusivas para idosos. Acreditamos que os mais velhos fazem parte essencial da nossa sociedade e não devem ser limitados a assistir televisão em casa", defende.
"Organizamos todo um esquema para buscar os idosos nas casas de repouso e levá-los ao cinema, onde têm um acompanhamento tanto da nossa equipe quanto dos cuidadores deles. Fazemos um trabalho semelhante com crianças de comunidades carentes", revela o diretor do festival.
"Mineiridade"Ao longo da semana em que ocorre o festival, Belo Horizonte se transforma em um verdadeiro palco para diversas atividades ligadas ao mundo da sétima arte. De um lado, há a exibição de filmes e curtas-metragens que competem na seção oficial; de outro, são promovidas atividades paralelas relacionadas ao cinema, como oficinas, ciclos de cinema social, ciclos de curtas-metragens LGBTQIA+, Mostra Africana, Mostra + Mineiridade, além de exibições de filmes convidados.
Além dessas atividades, ganham destaque as galas de abertura e encerramento do evento, onde são concedidos prêmios honorários a profissionais do cinema, em reconhecimento ao seu trabalho e contribuição para a indústria.
"Este ano, a mostra francesa conta com 31 filmes. Além disso, temos produções de diversos países como Canadá, Israel, Palestina, Estados Unidos e Japão, compondo a nossa Mostra Internacional. Também vale destacar a Mostra + Mineiridade, com produções de diretores de Minas Gerais, um espaço dedicado ao cinema mineiro", conta Matos.
Essa seção específica, criada para edição 2024 do FestiFrance, vai circular por municípios e distritos do entorno de Paracatu, como Unaí e Vazante (distrito de Vazamor). “Esse projeto itinerante visa promover a cultura cinematográfica francesa e a produção audiovisual mineira em cidades do estado de Minas Gerais, democratizando o acesso ao cinema por meio de exibições em locais estratégicos e de grande impacto social, como presídios, APACs, lares de idosos, escolas e bairros periféricos”, ressalta Matos na divulgação do evento.
"Em 2015, iniciamos com uma seleção de curtas, mas o festival rapidamente cresceu. Hoje, inclui longas, animações, ficções, documentários e uma vasta mostra internacional com filmes exclusivamente estrangeiros. Então, a nossa programação é bastante extensa e diversificada", diz o diretor.
Fortalecer "vínculos""Esse intercâmbio começou de forma muito modesta há 10 anos, mas cresceu enormemente em termos de aceitação. O público brasileiro tem recebido nossa proposta com muito entusiasmo. Nosso objetivo é fortalecer esses vínculos, não só no aspecto cinematográfico, mas também na gastronomia, literatura e teatro, promovendo uma rica troca cultural entre os dois países.