2° Salão do Livro Lusófono celebra em Paris os 50 anos de independência de países africanos
21 November 2025

2° Salão do Livro Lusófono celebra em Paris os 50 anos de independência de países africanos

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Paris será neste sábado (22) o ponto de encontro da literatura em língua portuguesa. O 2° Salão do Livro Lusófono, organizado pela União Europeia dos Escritores de Língua Portuguesa (UEELP), vai celebrar a produção literária e marcar uma data histórica: os 50 anos da independência de vários países lusófonos da África. Autores, editores e leitores também vão debater durante um dia temas diversos que vão desde a identidade e a memória até o futuro da lusofonia.

Tema principal desta segunda edição, os 50 anos de independência de vários países lusófonos do continente africano vão permitir a troca de experiência com diversos escritores de países que conquistaram a independência de Portugal como Angola, Moçambique e Cabo Verde.

“Vamos realizar essa homenagem. Nós vamos ter uma videoconferência durante o salão com diversos autores, entre eles, a poetisa e escritora angolana Ana Paula Tavares que recebeu o prêmio Camões neste ano. Vamos ter Vera Duarte, de Cabo Verde, Aguinaldo Bata, de Moçambique, João Melo, de Angola. Então, é uma grande honra ter esses autores nesta edição do salão”, afirmou Deise Ramos, presidente da UEELP.

A programação inclui a presença de cerca 40 autores que são membros associados da UEELP, como os brasileiros Marco Guimarães, Marcia Camargos, Fernanda Bittar e Mazé Chotil, uma das fundadoras e primeira presidente da associação. Além da participação nos debates, muitos escritores terão a oportunidade de lançar seus novos livros. Deise Ramos vai apresentar no evento sua obra mais recente, ‘Rubi e outros contos’.  “Não é um livro autobiográfico, é ficção baseada no existencialismo e no realismo fantástico. Eu vou deixar o público descobrir lá”, diz Deise.

Maior visibilidade e divulgação

Criada em 2022, a União Europeia dos Escritores de Língua Portuguesa tem como um dos objetivos dar maior visibilidade para autores lusófonos que vivem no continente.

"Nós temos tantos escritores que estavam, vamos dizer assim, escondidos. Nós estamos tendo a sorte de que eles tenham aparecido. Então, por isso, foi criada a UEELP e estamos bastante felizes”, diz Deise Ramos, citando o aumento do número de instituições que dão apoio ao evento literário, como editoras e organizações de promoção da cultura em língua portuguesa.  

“Estamos crescendo e ganhando cada vez mais credibilidade, que é o objetivo, principalmente”, afirma Deise. Ela destaca que a ambição do grupo baseado em Paris é atrair a atenção de editoras francesas para que os livros possam ser traduzidos, além de propagar a produção das obras originais em português.   

“Nós temos muitos autores publicados pelas edições francesas. Eu tive a sorte de ter sido publicada pela editora L’Harmattan. Mas não é o caso de muitos dos nossos autores, então esse é um grande debate ainda", afirma a presidente da UEELP, que teve seu trabalho sobre o cineasta Nelson Pereira dos Santos divulgado na França.

"Nós precisamos desse público, que essas editoras francesas possam nos acolher também. É um grande debate, é uma das questões primordiais do nosso grupo”, acrescenta.

O 2° Salão do Livro Lusófono acontece neste sábado (22) na Maison de Portugal, a Cidade Universitária de Paris, a partir das 9h30 da manhã, com entrada gratuita.