RBP 259: Short Friday — Pintando o Sete
12 December 2025

RBP 259: Short Friday — Pintando o Sete

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RBP 259: Short Friday — Pintando o Sete



Uma vez meu filho aprontou uma…



Tenho um filho, Tadeuzinho. E tenho que admitir, criar um menino de dez anos sozinha é uma tarefa difícil, mas a gente se diverte.



Primeiro que a gente precisa sempre estar de olhos bem abertos para as novidades que eles acabam inventando.



Naquele dia, ele chegou da escola e foi se arrumar para almoçar.



Depois de um tempo, ele me voltou com um chapéu e com a farda toda suja, como se tivesse estourado uma caneta.



Senti vontade de gritar quando olhei para a blusa manchada… mas ele me veio com outra surpresa.



Passou com um chapéu de palha esquisito e foi bem apressado para o banheiro.



Pelo barulho, deu para ouvi-lo procurando alguma coisa, ligando o chuveiro e indo para lá e para cá.



Mãe é mãe, e a gente sabe quando tem alguma coisa errada com nossos filhos.



Esperei para ver quanto tempo o malandrinho ia esconder o que estava aprontando.



Até que, por fim, ele chegou na cozinha.



Ele mexia toda hora no chapéu, fazendo de tudo para esconder a cabeça.



Fingi que estava tudo normal e não perguntei nada.



Até que ele finalmente abriu a boca.



– Mãe, tem alguma coisa aqui em casa que sirva para cortar cabelo? – ele falou com a maior naturalidade do mundo.



– Para que você quer alguma coisa para cortar o cabelo?



– Não, não é nada não. É só para o caso de um dia a gente precisar, né?



-Ah, entendi. Que chapéu é esse que você está usando hoje?



– É que está quente. Não queria levar sol na cabeça.



– Mas você está dentro de casa, não precisa de chapéu.



– É que eu queria ver como ele ficava.



– Ah, que legal, agora tira.



– Ah… acho que vou ficar mais um tempinho com ele.



Certo de que eu estava sendo enganada, ele saiu e foi averiguar alguma coisa nas gavetas dos armários.



Não sei o que ele acabou encontrando, mas logo sumiu.



Depois de certo tempo, ele voltou. Desistiu do chapéu e agora estava com uma toalha na cabeça.



– Está hidratando o cabelo, Tadeu?



– Não, é que eu não enxuguei direito.



Eu já estava no limite daquela brincadeira. Decidi ver o que ele tinha feito no banheiro.



Ele foi me seguindo, pedindo que por favor eu não fosse até lá.



Abri a porta…



E o banheiro parecia uma mistura de ateliê de pintura e salão de beleza. Havia cabelo e tinta de tecido para todo lado.



Mechas de cabelo rosa, vermelho, laranja e até violeta estavam espalhadas pelo chão e entupindo o ralo da pia.



Na mesma hora, puxei o pano da cabeça de Tadeu.



Eu estava irada, mas não consegui segurar a gargalhada que veio logo em seguida.



Além das horrorosas falhas no cabelo mal cortado, ele tinha praticamente um arco-íris na cabeça.



Para meu pequeno gênio, que começou no vermelho e terminou no violeta, o chapéu de palha seria um acessório crucial até que o cabelo voltasse a crescer.