Na relação conjugal, ambos os parceiros são movidos pelo amor e pelo desejo, cuja origem remonta aos primeiros vínculos amorosos da infância. A escolha amorosa pode ser considerada, assim, o berço fundamental da evolução das ações que englobam a constituição do sujeito. A origem do núcleo rítmico que se estabelece na relação mãe-bebê tem sua reminiscência na formação do casal. O cuidar do outro, acalentá-lo e acariciá-lo, proporciona uma reciprocidade marcada pelo encontro primário com o primeiro objeto de amor. Dessa forma, a criação de um espaço conjunto e dotado de ritmos próprios forma o núcleo eu-casal. Essa experiência compartilhada permite não só a criação de um elo, mas, também, o reconhecimento das diferenças, que possibilita emergir duas subjetividades, dois eus simultaneamente.