
Livro de Baruc 4,5-12.27-29
5 Coragem, meu povo, que sois a lembrança viva de Israel:
6 fostes vendido às nações, mas não para serdesexterminados;
por terdes provocado a ira de Deus é que fostes entregues aos inimigos.
7 Exasperastes Aquele que vos criou, oferecendosacrifícios aos demônios, e não a Deus.
8 Esquecestes o Deus que vos alimentou, o Deuseterno, e entristecestes aquela que vos nutriu, Jerusalém.
9 Ela viu desabar sobre vós a ira de Deus edisse: "Escutai, vizinhas de Sião: Deus fez cair sobre mim uma grandeaflição.
10 Eu vi o cativeiro de meus filhos e filhas, que oEterno lhes infligiu.
11 Eu os havia criado com alegria; com lágrimas e luto osvi partir.
12 Ninguém se alegre por ver-me viúva e abandonada pormuitos!
Por causa dos pecados de meus filhos, fiquei deserta; eles se desviaram da leide Deus.
27 Animai-vos, meus filhos, e clamai a Deus; ele, que vosfez sofrer,
há de lembrar-se de vós.
28 Como por livre vontade vos desviastes de Deus, agora,voltando, buscai-o com zelo dez vezes maior;
29 aquele que trouxe sofrimento para vós, para vós trará,com a vossa salvação, eterna alegria".
Palavra do Senhor.
Ouvimos hoje um oráculo de consolação, semelhante aos queencontramos no Segundo e no Terceiro Isaías.
A cidade de Jerusalém personifica todo o povo, comparadoa uma viúva desolada, que reconhece a justiça do castigo recebido de Deus,porque pecou e esqueceu o Senhor, o seu poder e a sua paternidade.
Reconhecida a justiça do castigo, o povo reconhece também o caráter pedagógicoque ele tem.
Por isso, surge a esperança no perdão: o povo castigado,ao reconhecer o seu pecado e a justiça do castigo, pode regressar a Deus eexperimentar novamente a salvação, uma salvação que transcende os limites dasexpectativas humanas.
Jerusalém exorta os seus filhos, maus e desobedientes, a corrigir-se e aretomar o caminho da maturidade e da positividade.
Há que converter-se a Deus, Àquele que deu as DezPalavras ao seu povo.
E, depois do castigo, encontrará a alegria eterna dasalvação.