Episódio 54 – Acolher os fracos na fé: unidade na diversidade (Rm 14,1–15,6)
14 September 2025

Episódio 54 – Acolher os fracos na fé: unidade na diversidade (Rm 14,1–15,6)

Orações, Espiritualidade e Fé

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No 54º episódio do nosso projeto Vivendo o Mês daBíblia 2025: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), São Paulo nos conduz aum tema vital para a vida da Igreja: a convivência entre irmãos diferentesna mesma fé. A fé cristã não é vivida no isolamento, mas em comunhão, eessa comunhão exige maturidade, paciência e, acima de tudo, acolhida mútua.

Paulo dirige-se a uma comunidade marcada por tensõesentre cristãos vindos do judaísmo e cristãos de origem pagã.
Havia divergências sobre questões alimentares, observância de dias sagrados ecostumes religiosos.
Mas, em vez de impor uniformidade, Paulo propõe uma lógica de caridade erespeito.

“Acolhei aquele que é fraco na fé, semdiscutir opiniões.” (Rm 14,1)

Acolher não é tolerar com superioridade. É abraçarcom amor fraterno.
A “fraqueza na fé” aqui não significa inferioridade moral, mas sensibilidadede consciência.
Paulo ensina que o mais “forte” deve ser o primeiro a compreender, a ceder ea servir.

Ele continua:

“Quem come, não despreze o que não come; equem não come, não julgue o que come, pois Deus o acolheu.”(Rm 14,3)

A base da comunhão não é a uniformidade de costumes,mas o fato de que todos foram acolhidos por Deus.
Quem somos nós para julgar o servo alheio? (v.4)
Deus é o Senhor de todos, e é diante Dele que cada um vive e responde.

Paulo vai além e toca na motivação profunda da fé:

“Nenhum de nós vive para si mesmo, enenhum morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor; se morremos, é para oSenhor.” (Rm 14,7-8)

Aqui está o fundamento da vida cristã:
pertencemos ao Senhor.
E se todos pertencem a Ele, devem se respeitar, servir e amar como irmãos.

O apóstolo alerta também contra escandalizar ouentristecer os irmãos com comportamentos que, embora lícitos, possam ferir aconsciência do outro.

“Se por causa de uma comida teu irmão seentristece, já não andas segundo o amor.” (Rm 14,15)
E conclui com força:
“O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria noEspírito Santo.” (Rm 14,17)

Essas palavras nos lembram que a fé não se reduz apráticas externas, mas se realiza no amor fraterno, na paz e na alegriaque vêm do Espírito.

No início do capítulo 15, Paulo resume:

“Nós, os fortes, devemos suportar asfraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.”(Rm 15,1)

A maturidade cristã não é medida pela liberdadeindividual, mas pela capacidade de construir comunhão.
O modelo supremo disso é Cristo:
“Cristo não agradou a si mesmo.” (Rm 15,3)
Ele se entregou por todos. E é a partir d’Ele que construímos a unidade.

Aplicação à vida:
Você consegue conviver com quem pensa diferente de você dentro da fé?
Julga ou acolhe? Impõe ou serve?
Na Igreja, há espaço para todos os que o Senhor acolheu.
E o maior sinal de esperança é a comunhão entre os diversos.

Palavra de esperança:
Você não está sozinho. Deus te chama a viver em comunhão.
Mesmo nas diferenças, há um só Senhor, uma só fé, um só batismo.
E o amor é o vínculo perfeito.
Acolha, sirva, suporte — e verás que a esperança cresce onde há caridade.

Oremos:
Senhor, ensina-me a acolher meus irmãos como Tu me acolheste. Dá-me um coraçãohumilde, paciente, aberto ao diálogo e ao serviço. Que eu não julgue, mascompreenda. Que eu não imponha, mas edifique. Que a minha vida seja fermento deunidade e paz na Tua Igreja. Amém.

 No próximo episódio: “O evangelho comoserviço aos povos: Paulo, apóstolo das nações (Rm 15,7-33)”. Vamos contemplar amissão universal da Igreja, fundamentada no anúncio da esperança que salva. Atélá!