Marózia foi uma ultra poderosa nobre romana, detentora de títulos antes inexistentes como de “senadora” (‘senatrix’) e “patrícia”. Fundamental para o assassinato de um papa e eleição de pelo menos quatro outros pontífices: um deles era seu filho, outro era seu amante. M. nasceu em Roma, por volta do ano de 890. Ela era filha do cônsul romano Teofilato I com uma mulher chamada Theodora, descrita como “uma prostituta despudorada, que exercia poder sobre os cidadãos romanos como se fosse um homem”. Aos 15 anos M. virou amante do primo de seu pai: um bispo, que sob sua influência acabaria sendo eleito Papa Sérgio III. A união gerou um filho, o futuro Papa João XI. Marózia precisou se livrar de um de seus maiores obstáculos: o então Papa João X. Para isso, se casou com o principal inimigo do papa, Guido da Toscânia. No ano de 928, Guido e Marózia invadiram Roma e tomaram o poder em um golpe de estado, e prenderam o Papa João X; ele morreria na clausura. M. tornou-se uma das pessoas mais poderosas de Roma, e os dois papas eleitos a partir desses acontecimentos (Leão VI e Estevão VII) eram completamente submissos a ela. Em 931, ela fez com que seu filho de apenas 21 anos fosse eleito papa, sob o título de João XI. No entanto foi seu outro filho, Alberico II, por sua ruína: líder da oposição contra o domínio da mãe, em 932, Alberico capturou M. e a prendeu pelo resto da vida. A data provável de sua morte é 26 de junho de 936, mas há controvérsias. Seja como for, mesmo depois de morta, M. continuou a exercer forte influência na Igreja: cinco papas (João XX, Benedito VIII, João XIX, Benedito IX, e Benedito X) são seus descendentes. A influência de Marózia é fundamental para o período histórico conhecido como Governo de Meretrizes (“Rule of the Harlots”), Pornocracia, ou “Saeculum Obscurum” (século das trevas), considerado como o ponto “mais baixo do papado” pela maioria dos estudiosos