Hind al-Husseini foi uma heroína palestina que começou por salvar 55 crianças abandonadas após um confronto entre palestinos e israelenses. Ela acolheu as vítimas em sua casa, que depois viraria um orfanato e uma escola para crianças palestinas. Defensora também dos direitos das mulheres, fundou uma faculdade feminina em Jerusalém. Hind al-Husseini nasceu em 1916, em uma das famílias mais poderosas de Jerusalém. Trabalhava com organizações solidárias e era educadora de formação. Atuou como diretora de uma escola feminina e coordenadora da Arab Women’s Union. Em 1948, após o massacre de Deir Yassin, al-Husseini resgatou 55 crianças abandonadas próximas à Basílica do Santo Sepulcro. Suas famílias tinham recém sido assassinadas pelo grupo paramilitar sionista Irgun, e suas casas estavam destruídas. Hind al-Husseini resgatou todas as crianças desamparadas, e acolheu as crianças na mansão de sua família. A mansão foi rebatizada de Dar al-Tifl al-Arabi (Casa da Criança Árabe), e foi transformada em um orfanato para as crianças sobreviventes dos conflitos entre Palestina e Israel. Com fundos arrecadados por al-Husseini, o orfanato cresceu e passou a educar as crianças que lá viviam; meninas judias que não eram aceitas em outras escolas, e crianças de outras regiões, também eram bem-vindas. Em 1967, a escola se tornou exclusivamente feminina. Em 1982, Hind al-Husseini fundou uma faculdade para mulheres. Premiada diversas vezes por seu trabalho social, Hind al-Husseini é lembrada até hoje como uma heroína palestina. Quando ela morreu, em 1994, sua escola abrigava e educava mais de 300 órfãs. A instituição segue funcionando até hoje, com milhares de alunas.