Justine Triet

Justine Triet

Maitê Proença
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Justine Triet é a cineasta francesa que, com o filme “Anatomia de uma Queda”, se tornou a primeira mulher francesa a ser indicada ao Oscar de melhor direção, e a vencer o de melhor roteiro original. Nascida em 1975, em Fécamp, Triet teve sua formação acadêmica na Escola Nacional de Belas-Artes em Paris. Desde sua estreia como diretora de longas-metragens, com o filme “La Bataille de Solférino” (ou “Age of Panic”, sem tradução para o português), em 2013, Triet recebeu uma atenção positiva da crítica francesa. Seu segundo longa, “Na Cama com Victoria”, foi indicado às categorias de melhor filme e melhor roteiro original no César, a premiação mais importante do cinema nacional francês. Em 2019, Triet estreou “Sibyl” em Cannes, concorrendo à Palma de Ouro. Quatro anos depois, em 2023, ela se consagraria como apenas a terceira mulher a receber esse prêmio na história, por “Anatomia de uma Queda”, filme que também lhe rendeu dois Globos de Ouro (de melhor roteiro e melhor filme estrangeiro). A obra também a consagrou como a primeira francesa a ser indicada ao Oscar de melhor direção, além de outras cinco indicações, inclusive a de melhor filme. Na premiação, Triet levou apenas a estatueta de melhor roteiro original. Isso levantou questionamentos de qual teria sido o motivo para o comitê francês não ter indicado “Anatomia de Uma Queda”, e sim “O Sabor da Vida”, como o filme representante da França na competição. Com sua aclamadíssima obra, Triet poderia ter dado o primeiro Oscar de melhor filme estrangeiro em mais de 30 anos. Há quem diga que a não indicação foi uma punição por suas críticas ao presidente francês Emmanuel Macron durante seu discurso de agradecimento na conquista da Palma de Ouro, onde ela atribuiu à política neo-liberal de Macron a perda da autenticidade da cultura francesa, que cada vez mais incentiva filmes comerciais, e não a verdadeira arte