Adelina

Adelina

Maitê Proença
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Adelina lutou pelo abolicionismo no Brasil enquanto ela mesma era escravizada. Encarregada de vender charutos nas ruas, podia transitar livremente pela cidade, fornecendo informações cruciais para os abolicionistas. Nascida em 1859, em São Luís do Maranhão, Adelina era filha de uma escrava com um senhor rico, dono da propriedade onde ela cresceu. Trabalhou a vida inteira como escrava do próprio pai, mas tinha tratamento privilegiado: aprendeu a ler e a escrever, além de viver com a promessa de que um dia seria libertada. Seu pai empobreceu e passou a fabricar charutos para complementar a renda. Adelina vendia o fumo pela cidade. Os estudantes do Liceu do Largo do Carmo eram seus clientes e lá, enquanto vendia, a charuteira entrou em contato com o movimento abolicionista. Sua condição de vendedora ambulante dava-lhe liberdade total para transitar pela cidade, e Adelina pôde servir ao movimento ativamente. Passou a observar as ações da polícia, antecipando seus movimentos e alertando as organizações abolicionistas quanto às aproximações dos guardas. Com isso, quem escondia escravos e promovia suas fugas podia agir com menos riscos. Apesar de ter sido uma importante figura para o movimento abolicionista, Adelina foi relativamente esquecida pela História.