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Das decisões dos grandes grupos de luxo aos talentos emergentes mundiais, tudo entra no radar de Olívia Merquior e Isabel Junqueira quando o assunto é moda. High Low discute toda semana quem faz, quem pensa e quem é apaixonado pelo vestir.
O manto Tupinambá
11 May 2021
O manto Tupinambá

Nesse episódio emocionante, Bel e Oli conversam com três personagens de uma história iniciada ainda em 1500, durante a “invasão das Américas”. Os professores Glicéria Tupinambá, Casé Angatu Xukuru Tupinambá e a artista Livia Melzi, nos contam sobre o sequestro de uma história encarnada em um manto. O manto Tupinambá, uma peça ritualística indígena, sobrevive hoje entre paredes de vidro em seis museus europeus. Longe de sua comunidade e de sua função sagrada de ensinamento e proteção, seus registros originais foram apagados e a peça virou objeto exótico de curiosidade turística. Um tema complexo que reforça a importância da memória, o sequestro de identidades ao longo da história e fala sobre a bela simbologia do vestir, como nos explica Glicéria:

“Babau, ao vestir o manto, consegue se camuflar e se sente como se fosse uma coruja. A coruja representa para a gente os olhos da noite. Ela é guardiã da noite. É um símbolo muito forte. (…) O interessante é comparar uma obra que está dentro do museu, parada, e ver a peça tendo vida e movimento - neste caso, ver o manto sendo usado por um membro da comunidade, o cacique, durante um ritual. É uma emoção muito grande. Ory, meu filho caçula, disse que quando o cacique usar o manto, ele permitirá a cura do mundo, ao afastar todas as doenças. Tudo de ruim será eliminado, porque o cacique se transformará em super-herói”.

“Este é o retorno do manto”.