ESSÊNCIA, EXISTÊNCIA E PÓS MODERNIDADE
Essência é tudo aquilo que é - podemos entender isto como natureza, e por assim dizer, se pautado no hilemorfismo da escolástica tradicional, um sínolo. Já a existência, pode ser entendida como ser, ou ente, aquilo que está sendo. Algo até pode ser, mas se está, ou seja, se existe, é coisa bem diferente (como no caso da matemática – no limbo do real e não real). Deus é, ele não está sendo em termos de se tornar algo, pois ele já é o suprassumo do que deveria ser, daí Deus é ato, não potência, é Ser em si como diria Paul Tillich, que também afirmaria: Deus não existe, Ele é (a saber fundamento da realidade). Deste modo, em distinção à realidade fundante, a essência se torna a potência de ato, nas criaturas. Deus é ato puro, as criaturas são essências que passam a existir por participação nesta causa necessária, a saber Deus. Aqui fica fácil de supor o porquê de, em Deus, essência e existência coincidirem (não havendo distinção real), ou como queira, forma e ser distintos da criação. Essa é uma doutrina da escolástica tradicional, mais precisamente de Tomás de Aquino. Depois dele muitos questionaram a real distinção entre essência e existência, ao ponto de nega-la como ocorreu com Duns Scot, Guilherme de Ockham e depois Francisco Suarez, cada um ao seu modo. Porém, na pós modernidade, o antiessencialismo ganhou contornos tão aporéticos que atualmente muitos indivíduos querem literalmente se tornar animais.
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