"E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente" – assim começa uma maravilhosa história: a humanidade, tecida pelo próprio Deus a partir do fundamento da sua boa criação e preenchida pelo seu Santo Espírito, agora vive. Ou seria uma linda história, não fosse nossa própria rejeição a esse relacionamento. Ao escolhermos o Pecado, a separação do Deus bom e amoroso que de tudo cuidava, encontramos nossa sentença: "No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás". É nesse tom que começamos a Quaresma: um tempo de penitência e auto-humilhação, em que decidimos andar mais perto de Cristo, orando, jejuando e doando, e com isso contemplamos ainda mais nossa pequeneza, nossa fragilidade e nossa incapacidade e maldade. E, a partir desse momento, o olhar dolorido de nosso Senhor repousa ainda mais intensamente sobre nós e revela quão grande é o Amor de Deus por essa humanidade que tanto o recusou.