A dupla formada pelo navegador brasileiro Cadu Sachs e o piloto português Gonçalo Guerreiro tem se destacado no Rally Dakar 2025, ocupando a segunda posição na classificação geral da categoria Challenger após cinco etapas. A primeira metade da competição foi marcada por consistência, estratégia e superação de desafios, incluindo condições exigentes de navegação e imprevistos no percurso.
Com uma estratégia focada em regularidade e preservação do veículo, a dupla conseguiu se manter entre os líderes da competição, mesmo enfrentando contratempos como furos de pneus e momentos de tensão nas dunas sauditas. Após um dia de descanso, na sexta-feira (10), eles voltaram para a segunda metade do rally, que promete ainda mais desafios nas areias do deserto saudita.
Para o navegador brasileiro Cadu Sachs, 28 anos, que participa de seu quarto Dakar, o desempenho consistente da equipe até agora é fruto de uma combinação de estratégia e entrosamento. “Estamos fazendo uma prova muito regular. Nos primeiros dias, mais de estrada, conseguimos impor um bom ritmo, largando de uma posição favorável devido à classificação do prólogo. Fizemos etapas limpas, e isso foi essencial para nos mantermos no pelotão da frente”, explicou o navegador na entrevista à RFI.
Cadu Sachs também destacou a maturidade de seu parceiro, o piloto português Gonçalo Guerreiro, 25 anos, estreante na competição. “Apesar de jovem, Gonçalo tem uma cabeça muito boa para esse tipo de prova. Ele sabe poupar o carro e entender os momentos de forçar, o que faz toda a diferença em um rally como o Dakar.”
A navegação, segundo Cadu, tem sido especialmente desafiadora nesta edição do rally considerado mais difícil do mundo.
“Praticamente todos os dias encontramos trechos que geram dúvidas, pontos onde precisamos procurar o caminho certo. Mas, no geral, estamos saindo bem, com boas escolhas e um bom entrosamento no carro.”
Momentos críticosUm dos momentos mais críticos para a dupla da Red Bull Off-Road Jr Team ocorreu no segundo dia, no início da longa etapa de 48 horas, que começou em Bisha, quando um pneu destalonou, ou seja, saiu da roda. “Chegamos um pouco rápido em uma duna cortada e acabamos aterrissando em outra. Isso destalonou um pneu. Foi o momento mais tenso e desafiador. Mas tivemos sorte, não houve danos ao carro. Fizemos uma troca boa e seguimos a etapa”, explicou.
No dia de descanso, na sexta-feira, a prioridade foi recarregar as energias e revisar o carro com os técnicos da equipe. “Conseguimos descansar bem, dormir e tomar um banho decente após noites frias na etapa maratona. Enquanto isso, os mecânicos estão fazendo um trabalho excelente, trocando peças e revisando o carro. Estamos acompanhando tudo e já nos preparando para os próximos dias”, contou.
Sobre a segunda metade do rally, que começou a partir deste sábado com 605 km de especial, entre Hail e al-Duwadimi, Cadu enfatizou a importância de manter a mesma estratégia. “Queremos fazer uma prova com cabeça, colocando um bom ritmo, mas poupando o carro. Ainda temos oito etapas pela frente, com muita areia, que será o grande desafio dessa semana.”
Pressão "boa"Desde o início do rally, Cadu Sachs destacou a importância de estar nas primeiras posições para conseguirem terminar a prova no pódio. Mesmo na vice-liderança, conquistada nesta etapa inicial do rally, o brasileiro vê a posição como uma forma de pressão positiva.
“É uma pressão boa. Estamos no topo desde o início, e a ideia é manter isso. O importante é estarmos tranquilos dentro do carro e fazer nossa parte, e a equipe também. Tem um pouquinho mais de pressão nessas primeiras posições, mas isso é bom.”
Apesar da concentração no desempenho na prova, Cadu adotou o hábito de postar regularmente imagens da competição, mencionando a importância das redes sociais para manter os fãs informados, já que “o público no Brasil acompanha bastante". "Tento atualizar sempre que possível, apesar das dificuldades com a internet nos acampamentos. É uma forma de compartilhar o que está acontecendo e sentir o apoio da torcida, que é muito bem-vindo.”