Conversa Ordinária
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Buscando encontrar soluções para os problemas sociais, iniciando os debates a partir do ponto de vista do preto. Sempre com comentários aleatórios sobre fatos estapafúrdios feitos por gente ordinária através de opiniões irrelevantes.
Conversa Ordinária - É possível aquilombar-se em espaços de ódio?
10 February 2021
Conversa Ordinária - É possível aquilombar-se em espaços de ódio?

Na nossa conversa ordinária semanal vamos reunir nosso coletivo para debater e buscar entender se é possível aquilombar-se em espaços de ódio? Diante dos fatos recentes, vamos discutir se podemos nos sentir pertencentes a um grupo quando o mesmo é formado por indivíduos autocentrados, em busca de afirmação contínua e buscando impor suas vontades aos demais membros. Como podemos agir para fugir do ideário do preto monolítico ao qual a sociedade dispensa apenas dois papéis: o do capitão do mato e o do preto cordato? Como lidar com a desqualificação recorrente dos nossos discursos e posições? Principalmente quando isso se dá entre nossos pares, como se houvesse um ranking de quem é mais preto ou que nossas experiências precisassem de validação exterior para que tenham a mínima relevância em uma estrutural social racista, onde somos rechaçados paulatinamente? Como não cair na armadilha social criada pelo lugar de fala e não se tornar o senhor da razão e única pessoa com autoridade para falar de assuntos e ignorar a opinião alheia? E como criar um ambiente salutar, na era do bullying e das redes sociais, quando o egoísmo e o narcisismo dominam a sociedade?


Muitas perguntas? Então vem com a gente tentar encontrar as respostas.


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Conversa ordinária - Afinal, quem somos nós?
03 February 2021
Conversa ordinária - Afinal, quem somos nós?

Para marcar a volta do Conversa Ordinária para esse ano de 2021, escolhemos o dia de Iemanjá. Não por uma questão religiosa, mas sim por uma questão de identidade cultural e forma de mostrar como os símbolos negros, apesar de demonizados, são fundamentais na construção sociocultural desse país. Mesmo para o pentecostal carioca, o dia de São Jorge é importante para sua formação e definição como indivíduo.


“Nossa Conversa Ordinária mudou”... essa frase é corriqueira dentro do nosso coletivo. E que bom que mudamos! 2021 chegou, o ano mudou, mas se não promovermos mudanças pessoais, não nos permitirmos a transformação... nada vai mudar! Em 2020, no inicio do projeto Conversa Ordinária tínhamos como meta encontrar “soluções para os problemas sociais a partir do debate do racismo”, tá escrito lá no nosso manifesto. Mas dentre as inúmeras lições que aprendemos em 2020, a principal foi compreender que buscar essas “soluções” era pular uma fase importante: o caminho! Mais importante que descobrir onde chegaremos ... é o caminho (ou caminhos) que percorremos! Ver a beleza de sentir, se afetar, aprender e desaprender com todos os processos e pessoas que cruzam esse caminho. Foi o que fizemos no Conversa Ordinária em 2020, pela troca com os convidados, por escutar os potentes relatos com cuidado e atenção, e reconhecer nas inúmeras propostas para a luta antirracista que não existe uma solução, existem caminhos, existe uma rica pluralidade preta, existe força na ancestralidade e também no afrofuturismo... passado, presente e futuro nos lembram que a maior prova de resistência preta é justamente nos manter vivos, produtivos e atentos ao nosso apagamento.


Nosso 2021 começou com mais uma criança preta perdendo a vida por uma bala “perdida” no Rio de Janeiro... uma bala que tem um “caminho” muito mais complexo que a trajetória do projétil feito por qualquer pericia policial. A estrutura racista sempre nos lembra, da maneira mais violenta possível, que nossa existência é incômoda, descartável e superficial para a branquitude colonial. O caminho do ódio e da raiva, para combater esse embraquecimento genuíno, precisa ser respeitado e aceito como uma resposta visceral à violência diária que pretes vivem no cotidiano. Mas existem outros caminhos pra além da raiva e ódio... que também são válidos na luta antirracista! O caminho do afeto, o caminho aberto pelo poder do sorriso, o caminho do diálogo... o caminho fruto de transformações sociais! Potencializar nossos saberes pra além de qualquer forma de silenciamento da estrutura.... o orgulho preto! Orgulho de sermos fotógrafos sensíveis, cozinheiros ou cozinheiras que ensinam e aprendem sobre a cultura afro-brasileira, cantoras que encantam com poesia e vozes marcantes, professores que ensinam sobre protagonistas pretos e outras narrativas históricas, artesãs que pensam a moda preta e a ancestralidade, pretes com a consciência e orgulho de seus cabelos, roupas, acessórios, crenças, discursos e imagens. Temos direito a existir plenamente e exercer nossa cidadania... ter apoio para nossa saúde mental, tempo e espaço de lazer, sermos agentes e consumidores de cultura de todas as esferas. Ganhar visibilidade sendo ultramaratonista, cervejeiro, ilustrador ou ator circense que leva sorriso pra todo e qualquer lugar. Que em 2021 nós possamos nos alimentar de nossa pluralidade e usar o orgulho preto como um caminho possível para combater o racismo. Aprender a ouvir, trocar e nos transformar. Nossa Conversa ordinária mudou e vai mudar... vem com a gente!


A partir dessa discussão vamos debater nossa identidade como indivíduos e coletivo, abrindo caminho para o nosso ano de 2021


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Conversa Extraordinária - A arte, o lúdico e a gargalhada com Jessé Cabral
09 December 2020
Conversa Extraordinária - A arte, o lúdico e a gargalhada com Jessé Cabral

“O Rio é muito grande e o povo quer teatro na porta de casa. Teatro fixo poderá satisfazer uma parte, mas não todos. Para que, de modo geral, fiquem satisfeitos é necessário que o pavilhão vá a todos os lugares, em toda a parte.” Assim pensava Benjamin de Oliveira, ator, escritor, o primeiro palhaço negro do Brasil e o criador do circo-teatro brasileiro. Não subestime o poder de uma boa gargalhada... e não perca nosso próximo convidado na Conversa Extraordinária: Jessé Cabral. O lúdico como instrumento de transformação social e a arte circense como caminho para inclusão...são algumas das facetas desse ator, palhaço, escritor e compositor. Co-fundador da Cia. Artística Sol sem Dó e da Pé na Gira, Jessé é pai de 3 meninas e parceiro e companheiro de Leticia Lisboa, com quem também dividi a cena na pele dos palhaços Ambroxol  e Neca de Catibiriba.


O primeiro artista atuante de sua família, Jessé começou sua carreira como ator. Mas a palhaçaria surgiu como um caminho inspirador... e nos intervalos dos seus plantões, quando trabalhava na área de farmácia, no almoxarifado de alguns hospitais de Duque de Caxias, voltava para lá para fazer um trabalho voluntário com uma máscara de palhaço. Inspirado em Patch Adams e nos doutores da alegria, buscou se especializar em palhaçaria, e sua trajetória passa pelo curso Eslipa no Rio de Janeiro e uma temporada no circo de teatro Tubinho, em São Paulo. Assim como a reflexão de Benjamim de Oliveira, a arte de Jessé está sempre em movimento...trabalhando como palhaço nas ruas, com espetáculos e cortejos, assim como em trens e ônibus. A Cia “ Sol sem dó” promove encontros locais, em Duque de Caxias, de artistas populares, com oficinas e apresentações... trazendo um importante protagonismo circense e da arte de rua para a Baixada Fluminense.


Uma conversa sobre a arte da palhaçaria, sobre os desafios da paternidade (típica e atípica) e a inclusão por meio da arte, sobre sua parceria inspiradora na vida e na arte, com a Leticia, na busca pelo equilíbrio e pela construção coletiva. Enfim... sobre a potência da arte de rua! Como nos ensina Milton: “Todo artista tem de ir aonde o povo está.”


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Conversa Extraordinária - Diversidade, representatividade e identidade com Yhago Sebaz
02 December 2020
Conversa Extraordinária - Diversidade, representatividade e identidade com Yhago Sebaz

São Luiz do Maranhão é uma cidade de muita história e com importância fundamental na formação cultural e social dos pretes brasileiros. Desde a luta abolicionista de Dona Adelina charuteira, passando pela literatura contestadora de Maria Firmina dos Reis, toda a ancestralidade contida na tradição do bumba meu boi de Pai Francisco, o reggae dançado colado vindo das ondas curtas do mar do Caribe e todo o esplendor da rainha Alcione. E no meio dessa ebulição constante de resistência e protagonismo negro emerge o nosso convidado dessa semana.


Em seus 10 anos de carreira, Yhago Sebaz vem misturando soul, blues, hip-hop, samba, funk... E tudo com uma roupagem pop e urbana para, em suas próprias palavras, "refletir a negritude sob o olhar de um artista que não esconde quem é", e traz consigo toda essa efervescência cultural de São Luiz. Crescendo no teatro e na dança e tendo despertado sua paixão para a música na adolescência, Sebaz já foi atração de festivais como o BR135 e da Parada LGBT 2019 e ganhou destaque em diversos veículos de comunicação e vem de uma fantástica apresentação em uma live feita em sua casa junto a sua banda, onde apresentou diversas músicas do seu mais recente trabalho Meio amargo, incluindo covers como Você me vira a cabeça da Marrom.


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Conversa Extraordinária - Tecnologia, raça e gênero com Fernanda Carrera e Beatriz Polivanov
25 November 2020
Conversa Extraordinária - Tecnologia, raça e gênero com Fernanda Carrera e Beatriz Polivanov

Segundo o geógrafo Milton Santos “a força da alienação vem da fragilidade dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une.” Nesse ano desafiante pra todos nós, a internet vem se tornando o meio de comunicação primordial das nossa relações públicas e privadas... e essa realidade virtual opera tanto para causar essa alienação, quanto para promover união e conexão de indivíduos e coletivos.  Essa “sociedade em rede” tem uma complexa trama de tecnologias, estratégias e algoritmos por trás de atraentes discursos e imagens... e para nos ajudar a entender esse emaranhado de fluxos, nós e conexões vamos receber uma potente dupla na nossa 40a Conversa Extraordinária:  Fernanda Carrera e Beatriz Polivanov




Numa potente parceria preta e branca, Fernanda e Beatriz ministraram a disciplina "Interfaces entre tecnologias, raça e gênero" no Programa de pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF).  Fernanda Carrera é professora da Escola de Comunicação da UFRJ, do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFF e do Programa de Pós-graduação em Estudos da Mídia da UFRN, além disso é líder do LIDD - Laboratório de Identidades Digitais e Diversidade (UFRJ). Pesquisa raça, gênero e cultura digital. Beatriz Polivanov é professora do Departamento de Estudos Culturais e Mídia e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da UFF e coordena o grupo de pesquisa MiDICom: Mídias Digitais, Identidade e Comunicação (UFF/CNPq). 




Uma conversa sobre a relação entre tecnologias digitais e discriminação de raça e gênero, contextualizando sobre o apagamento de sujeitos não normativos em suas relações com o desenvolvimento de aparatos tecnológicos contemporâneos. Muitas vezes percebidos como neutros e objetivos, algoritmos e outros mecanismos de automação e de inteligência artificial podem ser agentes potentes de reforço a sistemas de opressão, ajudando a construir e fundamentar as estruturas da desigualdade social. 




É possível outros caminhos de conexão, relações de afeto e coletividade estabelecidos à margem do sistema que opera por algoritmos? A sociabilidade das redes pode ser real ou viveremos numa eterna busca por likes e seguidores? Vamos debater juntes... na próxima Conversa Extraordinária!




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Conversa Extraordinária - A história contada por protagonistas pretos com Diego Rogério
18 November 2020
Conversa Extraordinária - A história contada por protagonistas pretos com Diego Rogério

“O Brasil não tem povo, tem público." Essa frase foi escrita por Lima Barreto, em tom de ironia, para tecer uma critica ao surgimento da “república” sem qualquer participação direta do povo na sua construção. No mês da consciência negra, e de eleições municipais, essa critica pode ser interpretada como um grito de alerta, um caminho para conscientizar a participação efetiva da população preta também nas esfera política, na esfera onde as decisões são tomadas e as leis são discutidas. Lima Barreto, autor preto, lutou contra inúmeras injustiças sociais ao publicar/denunciar, nas suas obras, os privilégios de classe, e também colocar em pauta as questões raciais. Sofreu na pele as opressões da estrutura, mas criou, como escritor, protagonistas e personagens pretos.


O Brasil foi colonizado por brancos europeus... que dizimaram milhares de indígenas, trouxeram, à força, do continente africano, uma imensa população preta  que foi escravizada e morta. Basicamente esse é o início da História do Brasil que nos é contada nas escolas, uma história embranquecida. Mas se pararmos pra refletir, essa história é contada do ponto de vista do colonizador... e não do colonizado. Para falarmos um pouco sobre as histórias contadas de outros pontos de vista...no próxima Conversa Extraordinária receberemos Diego Rogério. Criado no Morro do Jorge Turco, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Diego é formado em história na Universidade Veiga de Almeida, e atualmente é professor na rede privada. Pesquisa as relações entre a história da população negra nos Estados Unidos, os movimentos por direitos civis e o personagem Pantera Negra. O contexto da criação do personagem, da indústria do entretenimento e a pavimentação do caminho para o premiado filme. Vamos conversar sobre a importância de professores de história pretos, sobre a representatividade e protagonistas pretos que ultrapassam as páginas dos livros e dos quadrinhos... para ocupar o imaginário e construir identidades com potência e orgulho.


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Conversa Extraordinária - Representatividade preta no automobilismo com Flavio Bandeira
11 November 2020
Conversa Extraordinária - Representatividade preta no automobilismo com Flavio Bandeira

O caso George Floyd foi emblemático para o surgimento, em efeito dominó, de inúmeras campanhas, estratégias e discursos antirracistas nas mídias... tanto nas redes sociais quanto nos veículos de imprensa mundiais. Um ato racista, de violência explicita, foi registrado em vídeo e “viralizado” nas redes. Pra além da discussão sobre a insensibilidade humana de registrar em vídeo um ato covarde e violento, ao invés de agir em defesa de outro ser humano, o doloroso vídeo se tornou símbolo do racismo violento e genocida que a população preta sofre diariamente em todos os cantos do mundo. George Floyd se tornou símbolo da luta, que já era travada há muitos anos, nas quebradas, favelas e periferias... mas essa luta encontrou nos “holofotes” das redes um lugar potente para ganhar visibilidade e força. Como diz a canção de Gil Scott-Heron: “A revolução não será televisionada”, mas enquanto vivemos dias duvidosos no meio de uma pandemia, por que não usar as estratégias da estrutura que nos oprime para resistir, lutar e existir?!


O mundo dos esportes entrou de cabeça nesse movimento antirracista de luta, conscientização e resistência frente às investidas da estrutura branca capitalista... e nosso próximo convidado da Conversa Extraordinária, Flávio Bandeira, falará um pouco sobre o protagonismo preto de Lewis Hamilton no embranquecido universo do automobilismo. Jornalista, 35 anos, Flávio é mestrando em comunicação social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde a sua dissertação relata a história do automobilismo brasileiro, e tem debatido a presença do negro na modalidade. Além disso também é produtor do podcast Guaíba 300 Por Hora, da Rádio Guaíba de Porto Alegre. Uma conversa sobre a representatividade como estratégia de combate ao racismo, sobre a presença preta nos esportes (principalmente no automobilismo), sobre a importância de jornalistas pretos na área de esportes para destacar os relatos e a potência da trajetória dos atletas. Na onda de Gerson King Combo em “Mandamentos Black”...”Amar como ama um black! Andar como anda um black!”: vamos pilotar, produzir, narrar... com orgulho black!


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Conversa Extraordinária - Heróis, representatividade e a busca pela nossa cultura pop com PJ Kaiowa
04 November 2020
Conversa Extraordinária - Heróis, representatividade e a busca pela nossa cultura pop com PJ Kaiowa

“Cria da comunidade Esperanza, Ludmila Gonçalves já carrega em sua história uma verdadeira batalha pela vida. Ela é sobrevivente do que ficou conhecido como Escândalo das Clínicas, em que moradores da comunidade morreram ou desapareceram após consultas em clínicas populares financiadas por entidades filantrópicas particulares. A vida de Mila fica ainda mais conturbada quando, diante de uma criatura chamada TREVAZ, seus poderes eclodem. (...) Mila dá lugar a LUME e assume a missão de trazer luz para um mundo que insiste em nos manter na escuridão.”


Ludmila é uma representatividade incrivelmente verossímil com as “heroínas” pretas que batalham diariamente contra as inúmeras opressões da estrutura nas periferias das grandes cidades. Esse é um trecho do HQ “Eu sou Lume”, obra assinada pelo nosso próximo convidado do Conversa Extraordinária, PJ Kaiowá. Profissional atuante há 14 anos nas áreas de quadrinhos, storyboard, ilustração e direção de arte com serviços prestados à nomes como Legendary Comics, Capcom, Warner, Dark Horses Comics e Devils Due Comics.


A história em quadrinhos é, na grande maioria das vezes, o primeiro contato de crianças com o mundo da leitura. As mensagens trazidas pelas HQs são poderosas... as primeiras concepções de mundo para muitos jovens. A arte de combinar elementos visuais e textuais com referências culturais e cotidianas acionam campos afetivos diversos, e quando o personagem da estória se encaixa no seu modelo de representatividade, o herói se aproxima do leitor. Além da HQ “Eu sou Lume” que destacamos acima, outros trabalhos autorais de PJ são TRATO SUJO, CARNÍVORA e MUITO PRAZER. LIA.


Seu Trabalho também estende-se ao audiovisual na produção de storyboard e artes conceituais de cenários e figurino como no filme "PRINCESA DA YAKUSA", longa metragem do diretor Vicente Amorim (Motorrad). Ainda no audiovisual, trouxe a vida o seu primeiro curta-metragem: MAÍRA POXY, onde escreveu, produziu e dirigiu. Uma experiência renovadora que permitiu adaptar todo o seu conhecimento em dinâmica dos quadrinhos e sua funcionalidade à estrutura cinematográfica.


Mais importante que contar uma história... é como contamos a história não é verdade? Então conheceremos um pouco mais da trajetória desse multifacetado artista... uma conversa sobre o universo do HQ, representatividade, orgulho preto e a busca pela cultura pop que nos conecta e nos fortalece.


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Conversa Extraordinária - O corpo-terreiro em movimento com Renata Segatto
28 October 2020
Conversa Extraordinária - O corpo-terreiro em movimento com Renata Segatto

“Era preciso ajudar a construir a história dos seus. E que era preciso continuar decifrando nos vestígios do tempo os sentidos de tudo que ficara para trás. E perceber que, por baixo da assinatura do próprio punho, outras letras e marcas havia. A vida era um tempo misturado do antes-agora-depois-e-do-depois-ainda. A vida era a mistura de todos e de tudo. Dos que foram, dos que estavam sendo e dos que viriam a ser.” Esse é um trecho retirado do romance Ponciá Vicêncio de Conceição Evaristo (2003)... ele nos mostra a força da ancestralidade para o reconhecimento da identidade e o entendimento de que a existência de um corpo preto é uma construção, uma estória... e de que é preciso manter viva na memória a força de quem já lutou por nós. Ancestralidade e religiosidade são as maiores expressões de resistência do corpo preto na estrutura branca racista que insiste em promover o apagamento de sua real história. Nossa próxima Convidada na Conversa Extraordinária, Renata Segatto, irá nos falar um pouco sobre a potência do corpo-terreiro em movimento, da luta para manter vivas as religiões de matriz africana... corpos pretos cheio de estórias, identidade e resistência. Rebenta ibeji, nascida em Vitória-ES, Renata desde então está  em trânsito por muitas cidades que a compõe. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Espírito Santo, atualmente é mestranda em Urbanismo no Programa de Pós-graduação da Universidade Federal da Bahia e integrante do grupo de pesquisa EtniCidades. segue apostando na contracolonialidade para pensar o corpo, a cidade e os saberes através da prática de terreiro e da ancestralidade, compreendendo o urbanismo a partir de sua estrutura racial ou reprodutor de um processo colonial ainda vigente. Pesquisa a relação de coexistência de vida e morte na produção das cidades, através dos seus trânsitos entre Vitória (ES) e Salvador (BA), assim como dos terreiros e cemitérios. Falaremos sobre ancestralidade, religiosidade e identidade. Um papo sobre o que foi, o que é e como será a (re)existência de corpos pretos na cidade.


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