Casa de Tapera - samba de roda podcast - #01 - samba com café - cantigas de entrada
Casa de Tapera - samba de roda podcast - #01 - samba com café - cantigas de entrada

Casa de Tapera - samba de roda podcast - #01 - samba com café - cantigas de entrada

Nesse primeiro podcast da casa de tapera, falando sobre samba de roda, Shayanne, bebê e Mesquita, falam sobre suas experiências e deixam suas opniões sobre as cantigas de chegada dentro do ritual do samba de roda, e sobre a importância de se começar o samba da melhor maneira possível, entendendo sobre os fundamentos e a escolha mais inteligentes das cantigas, estamos só começando!
#82 - Samba de roda com café - O sentido das rodas nas culturas populares
21 June 2021
#82 - Samba de roda com café - O sentido das rodas nas culturas populares

   As rodas estão mais do que presentes na maioria das culturas populares do nosso grande Brasil, logo elas tem uma importância enorme em tudo que fazemos, isso quer dizer que tem significados diferentes, porém elas tem a mesma essência, a mesma importância, afinal, tudo começa por elas, pelas rodas.

  Acreditamos que a vida é cíclica, ou seja, isso já vem dos candomblés, que estão figurados entre as primeiras manifestações ligadas aos povos negros em nosso país, apesar de também já serem usadas antes da invasão portuguesa, pelos indígenas, logo, as culturas e manifestações em roda.

  A roda traz consigo o ciclo, logo o dinamismo acompanha tudo o que em feito em roda, e quase todas as nossas culturas são feitas em roda e trazem em algum momento o ato de rodar, de girar, seja em torno dela, seja girando em torno de si, ou seja usando a roda de diferentes maneiras, o grande ponto é que isso tem um significado, ou melhor ainda, tem vários significados.

  Hora a energia está dinâmica, hora está estática, hora mais rápida, hora mais devagar, ou seja ela é cíclica, isso quer dizer que a energia nunca é a mesma, nunca está igual, ela vai se moldando, se transformando, de acordo com as necessidades do lugar ou do momento, e essa energia é o resultado de uma boa condução por parte das pessoas e/ou instrumentos envolvidos no ato.


  Porém o entendimento se faz necessário, tanto no âmbito político, cultural ou mesmo religioso, por isso mesmo por se acreditar na ancestralidade, por ela ser a base de tudo, entende-se, pelo menos nas religiões afro-decendentes, que esses giros devem ser sempre no sentido anti - horário para se buscar a ancestralidade, na busca pela sabedoria dos mais antigos, da energia dos mais antigos, o conhecimento armazenado pela ancestralidade, isso quer dizer que com o simples ato de rodar na roda para este lado, faz essa conexão ancestral fazer muito mais sentido e acontecer dentro de uma lógica muito inteligente.

 E apesar de não ser uma regra para as outras culturas populares, naturalmente o sentido da ancestralidade acaba chegando a todos os envolvidos de uma maneira ou de outra. Então as culturas populares são obrigadas a seguir esse giro no sentido anti-horário como fazem os candomblés? de maneira nenhuma, as culturas são livres para ser como são, porém a preocupação com o orgulho negro, com sua cultura e com a maneira como os negros se desenvolvem na sociedade pós diáspora, nos traz a importância de uma fundação forte de argumentos, uma base sólida para a sua cultura, a fortalece e impede que ela seja controlada por pessoas de outras culturas, que não fazem parte desse entendimento, o que obviamente é no mínimo perigoso.

 Podemos então concluir que apesar de não ser uma regra e nem mesmo uma verdade, com certeza é inteligente, é emponderador, e ajuda a manter a cultura preta na mão de cada vez mais pessoas pretas. Se na capoeira ou no samba os giros ou votas ao mundo são livres, e podem optar, escolher o lado que se quer girar, porque não começarmos a trabalhar uma consciência coletiva preta, que nos faz ter bases sólidas, respostas para o que fazemos? Já que sou livre para girar, porque não fazer isso do jeito que a ancestralidade nos mostra? se é igual para a sua cultura, ajude a manter o elemento preto dentro das culturas pretas. Gostou da reflexão? então vem com a gente.

#81 - Samba de roda com café - Os dois Cristianismos e a formação e desinformação das culturas populares
18 June 2021
#81 - Samba de roda com café - Os dois Cristianismos e a formação e desinformação das culturas populares

    Dois Cristianismos? como isso acontece? e o que isso tem a ver com as culturas populares? tudo.

   Desde que os europeus invadiram a nossa terra, a igreja Católica trouxe a desculpa perfeita para trabalhos forçados, afinal , como essas pessoas não eram Católicas, era permitido a sua escravização, ou seja, seres humanos só eram tratados assim, se fossem católicos, a outra opção era a escravização. 


     Claro que muito indígenas e negros, se tornaram católicos nesse processo, mas a justificativa para a sua escravização, mudou, passou a ser permitida por Deus por conta da cor de sua pele e por serem tidos como selvagens. E o processo de sincretismo foi uma maneira de sobreviver, mais do que isso, o catolicismo acabou dando suporte a esses mesmos negros posteriormente, realmente os ajudando em diversas ocasiões (mesmo tendo sido, essas situações criadas por eles). Muitas revoltas de negros escravizados, tiveram suporte no fundo das igrejas, que claro, passou a ter a devoção desses mesmos negros, exatamente por estarem sendo ajudados na casa daquele santo. Muitos desses negros, naturalmente se tornaram devotos desse ou daquele santo, exatamente por estarem sim, sendo ajudados por eles. Santo Antônio, São Jorge, Santa Bárbara, São Lázaro, são exemplo de santos católicos, que muito mais do que sincretizados, eram e são cultuados, até hoje, pode-se dizer que de uma maneira política, os padres católicos, ajudaram a manter vivas algumas tradições.

   Já a próxima onda do cristianismo, vem através das igrejas protestantes, e mais uma vez, o povo negro se vê sendo aliciado a compactuar com o pensamento que levaram seus ancestrais a escravidão, e naturalmente desencadearam na exclusão social do povo preto que se torna cada vez mais pobre, mas continua sendo bombardeado por ideologias como a de que só esse é o caminho, porém eles acabam por erradicar a nossa cultura.

   A maneira de pensar das igrejas protestantes no Brasil se baseia em trazer o maior número possível de pessoas, em uma idéia de "evangelizar",

muito parecida com a idéia também cristã, de catequização, que ocorreu séculos atrás, mesmo processo, novas roupagens e novas formas de escravização. Quando eles se colocam dentro das culturas populares em uma idéia de evangelização (que já deu errado antes), eles acabam excluindo das nossas culturas tudo o que eles consideram que tenha ligação com cultos afro-descendentes, tirando assim elementos que foram e ainda são essenciais para a sobrevivÊncia da nossa cultura preta, tirar o elemento preto da nossa cultura é assassinar tudo o que ela representa.

  Por isso esse processo é perigoso e violento, afinal, como pode uma maneira européia de pensar, poderia explicar as culturas de um povo que está totalmente baseada em sua religiosidade que é afro? ou seja, não usem as nossas culturas populares para evangelizar, usem os elementos de vocês, dos livros de vocês, com as histórias de vocês. Deixem nossas culturas com quem gosta delas como são, com quem tem a responsabilidade de preservá-las, porque assim se criam as tradições e assim que cultuamos a ancestralidade.

#80 - Samba de roda com café - As consequências culturais da prostituição forçada no Brasil.
11 June 2021
#80 - Samba de roda com café - As consequências culturais da prostituição forçada no Brasil.



   Tema mais do que polêmico, porém ao mesmo tempo, mais do que real, afinal, não é escondido de ninguém as grandes atrocidades cometidas contra as mulheres em geral sobretudo as mulheres negras, que além de estarem em uma condição de escravização, tiveram de suportar, um trabalho forçado de vender seus corpos para enriquecimento dos seus supostos senhores. Mulheres que trabalhavam sua jornada imensa durante o dia e ainda eram obrigadas a cometer uma dupla jornada pelas noites, na prostituição, que passou a ser, a principal fonte de riqueza dos senhores de negros escravizados, durante aquela época. 


  A figura das namoradeiras está intimamente ligada a esse passado e hoje representa internacionalmente o nosso país no meio artístico, também chamadas de meninas da janela, exatamente por serem em sua maioria meninas mesmo, de 10 a 15 anos aproximadamente, que eram obrigadas a esse tipo coisa sem escrúpulo, tirando-lhes, o pouco de dignidade que ainda lhes restava, para não dizer claro, as doenças a que eram expostas , a violência que eram submetidas, e todas as inacreditáveis bizarrices cometidas naquela época, mas que algumas ainda margeiam até os dias de hoje.

  Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, todas as grandes cidades incentivaram e alimentaram o mercado da prostituição no Brasil. Criaram-se inclusive, camadas sociais diferenciadas para distinguir os níveis de prostituição, tudo claramente dividido politicamente é claro.

 Com a chegada de prostitutas vindas da Europa, também frutos de contrabando e tráfico humano, não se sabe dizer se essa condição piorou ou melhorou, se é que tem como falar que alguma coisa é melhor nesse tipo de condição. Porém, muitas coisas dessa época, estão dentro da nossa sociedade e nem sabemos porque, vocábulos, costumes, enfim, muita coisa foi influenciada por esse mercado, e ele também em contrapartida, foi influenciado igualmente.

   Quer saber detalhes desse pagina esquecida da nossa história? então vem com a gente.

































#76 - Samba de roda com café - Conhecendo nossos professores - Mesquita
03 June 2021
#76 - Samba de roda com café - Conhecendo nossos professores - Mesquita

    No podcast de hoje, conversamos com o Professor Mesquita, um dos idealizadores da Casa de Tapera.

Falamos um pouco sobre o seu inicio na capoeira, jiu jitsu e samba de roda, como foi sua buscar por conhecimento em relação ao samba de roda, e porque ele escolheu investir o seu tempo na criação da escola, já que, ele é uma grande referência de professor no jiu-jitsu e tem muitos anos de capoeira, correndo rodas, construindo um caminho e uma história que hoje é admirada por muitos, ele conta também sobre a dor de ter entendido que algumas pessoas estavam tirando o elemento negro da cultura negra e substituindo por instrumentos, que não casam com o processo negro, em alguns momentos também, ele conta que alguns de seus grupos de samba de roda ou de culturas populares não deram certo por conta de não estar pronto para manter e levar ele pra frente, hoje colocando ideias para casa de tapera ele percebe que para fazer um trabalho infinito, você precisa entender o jogo infinito e criar maneiras de continuar na brincadeira.

    Em uma das perguntas da professora Vanessa (Bebê) sobre as vergonhas que ele ja passou no samba, ele conta pra gente que já fez um maculelê trocando umbigada com um homem kkkkkkk vocês acreditam nisso? pois é gente, esse podcast tem história pra te contar, além do seu ponto de vista sobre os liderados ele esclarece também alguns pontos sobre os lideres que guiam outras pessoas de maneiras boas e ruins.



sem mais, corre lá pra ver o que vem por ai!



Até a próxima, aproveite!