Desabafar faz bem? A importância de falar o que sente
04 September 2025

Desabafar faz bem? A importância de falar o que sente

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Desde os primórdios da humanidade, o ser humano desenvolveu diferentes formas de comunicação para expressar pensamentos, sentimentos e experiências.

Desabafar, nesse contexto, é uma necessidade psicológica.

Quando falamos sobre nossas emoções, não estamos apenas transmitindo informações, mas também elaborando internamente o que sentimos.

Logo, dar nome a um estado interno, como tristeza, ansiedade ou alegria, é um passo importante para compreendê-lo melhor e, consequentemente, lidar de maneira mais saudável com ele.

O que significa desabafar?

Desabafar pode ser entendido como o ato de compartilhar algo que está pesando dentro de nós.

É "tirar o peso do peito", verbalizar preocupações, angústias, frustrações ou mesmo conquistas e alegrias.

Esse processo pode acontecer com amigos, familiares ou, de forma mais estruturada, em um espaço terapêutico com um psicólogo.

Desabafo espontâneo

É aquele que ocorre de forma natural, geralmente com pessoas próximas.

Por exemplo, contar a um amigo como foi difícil o dia de trabalho ou compartilhar com um familiar a preocupação com a saúde.

Desabafo terapêutico

Esse ocorre em ambientes onde há escuta ativa e técnica, como em uma sessão de psicoterapia.

Nesse caso, além do alívio emocional imediato, há também um processo de reflexão e elaboração que auxilia na transformação da experiência.

Por que colocar em palavras o que sentimos?

Expressar emoções em palavras tem efeitos comprovados tanto no bem-estar mental quanto físico.

Assim sendo, guardar sentimentos sem compartilhá-los pode levar a um acúmulo de tensões que se manifestam em forma de estresse, insônia, irritabilidade ou até sintomas psicossomáticos.

Benefícios emocionais

Ao colocar em palavras o que sentimos, tornamos o abstrato em algo concreto. Isso diminui a sensação de confusão e nos dá a possibilidade de reorganizar pensamentos.

O simples ato de falar já reduz a intensidade da emoção.

Benefícios cognitivos

Quando nomeamos nossas emoções, ativamos áreas do cérebro ligadas ao raciocínio e à linguagem.

Esse processo ajuda a regular sentimentos, tornando-os menos avassaladores e mais compreensíveis.

Benefícios relacionais

Desabafar fortalece vínculos. Compartilhar experiências cria proximidade, promove empatia e aumenta a sensação de pertencimento.

Logo, ao sermos escutados, sentimos que não estamos sozinhos.

O perigo de guardar tudo para si

Muitas pessoas acreditam que "engolir" sentimentos é sinal de força. Entretanto, a ciência mostra que reprimir constantemente as emoções pode gerar consequências negativas.

O acúmulo de sentimentos não expressos aumenta o risco de ansiedade, depressão e doenças relacionadas ao estresse.

Sintomas de quem não desabafa

Sensação de peso constante ou "bola na garganta".

Irritabilidade frequente sem causa aparente.

Dificuldades de sono ou para relaxar.

Aumento de dores físicas, como tensões musculares e dores de cabeça.

Isolamento e sensação de solidão.

Reprimir emoções pode até funcionar a curto prazo, mas a longo prazo compromete tanto a saúde mental quanto a física.

O papel da escuta

Desabafar não é apenas sobre falar, mas também sobre ser ouvido. A escuta qualificada é fundamental para que o desabafo cumpra sua função de alívio.

A escuta de amigos e familiares

Amigos e familiares podem oferecer apoio emocional importante. Muitas vezes, ouvir com empatia e sem julgamentos já proporciona alívio imediato.

A escuta do psicólogo

O psicólogo vai além da escuta acolhedora. Ele oferece um espaço seguro, sem críticas, e usa técnicas para ajudar a pessoa a compreender melhor o que sente.

Assim, o desabafo não fica apenas na catarse, mas se transforma em um processo de autoconhecimento.

Desabafar sempre ajuda?

Embora desabafar seja saudável, é importante compreender que nem sempre falar sem filtros resolve os problemas.

Existem contextos em que o desabafo pode trazer alívio momentâneo, mas também gerar outros desafios.

Quando desabafar pode ser insuficiente

Quando a pessoa repete as mesmas queixas sem buscar...