Toumani Diabaté é um dos mais reconhecidos intérpretes contemporâneos da kora, considerado por muitos como o “rei da kora”, um instrumento de 21 cordas, típico da África ocidental e da cultura mandinga. Toumani Diabaté morreu, na sexta-feira, aos 58 anos, mas deixa uma herança intemporal que alia tradições ancestrais e modernidade. Para o músico guineense Nino Galissa, Toumani Diabaté é “um ícone e uma lenda”.
Toumani Diabaté nasceu em 1965 numa família de contadores de histórias e de músicos e começou a tocar ainda em criança. O pai era Sidiki Diabaté, um dos intérpretes no primeiro álbum de kora gravado, o “Cordes Anciennes”, de 1970. Inspirado pelo ambiente onde cresceu e pelo instrumento de vários séculos, Toumani Diabaté tornou-se num embaixador da música africana e tocou com imensos músicos, desde outro virtuoso da kora, o maliano Ballaké Sissoko, e o cantor e guitarrista também maliano Ali Farka Touré. Também se interessou por outras sonoridades, incluindo o flamenco, o jazz, o blues, a pop e tocou com a islandesa Björk, o norte-americano Roswell Rudd, o brasileiro Arnaldo Antunes, o britânico Damon Albarn, o francês M, entre muitos outros. No meio da world music, é enaltecido pelo disco “In the Heart of the Moon”, gravado em duo com o guitarrista maliano Ali Farka Touré, e “Boulevard de l’Indépendance”, à frente da sua Symmetric Orchestra.
Neste programa, falámos com o músico guineense Nino Galissa sobre Toumani Diabaté. Para o também tocador de kora, que está a criar uma escola para ensinar este instrumento na Guiné-Bissau, Toumani Diabaté é “um ícone e uma lenda” que conseguia transmitir plenamente “o mistério” da kora.