< Lucas 9

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[1] Reunindo os Doze, Jesus deu‑lhes poder e autoridade para expulsar todos os demônios e curar doenças.
[2] Então, enviou‑os a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos.
[3] Ele lhes disse: ― Não levem nada pelo caminho: nem bordão, nem saco de viagem, nem pão, nem dinheiro, nem túnica extra.
[4] Na casa em que vocês entrarem, fiquem ali até partirem.
[5] Se não os receberem, saiam dessa cidade e sacudam a poeira dos pés como testemunho contra eles.
[6] Então, eles saíram e foram pelos povoados, pregando o evangelho e curando pessoas por toda parte.
[7] Herodes, o tetrarca, ouviu falar de tudo o que estava acontecendo e ficou perplexo, porque algumas pessoas diziam que João tinha ressuscitado dentre os mortos;
[8] outros, que Elias tinha aparecido; ainda outros, que um dos profetas do passado tinha voltado à vida.
[9] Herodes, porém, disse: ― Eu mandei decapitar João. Quem, pois, é este de quem ouço essas coisas? Então, procurava vê‑lo.
[10] Ao voltarem, os apóstolos contaram a Jesus o que tinham feito. Então, ele os levou consigo e se retiraram, em particular, a uma cidade chamada Betsaida,
[11] mas as multidões souberam disso e o seguiram. Ele as acolheu e falava‑lhes acerca do reino de Deus e curava os que precisavam de cura.
[12] Ao entardecer, os Doze aproximaram‑se dele e disseram: ― Despede a multidão para que possam ir aos campos e povoados vizinhos encontrar comida e pousada, porque aqui estamos em lugar deserto.
[13] Ele, porém, respondeu: ― Deem‑lhes vocês mesmos algo para comer. Os discípulos disseram: ― Temos apenas cinco pães e dois peixes — a menos que compremos alimento para toda esta multidão.
[14] Estavam ali cerca de cinco mil homens. Ele, porém, disse aos seus discípulos: ― Façam que se sentem em grupos de cinquenta.
[15] Os discípulos assim o fizeram, e todos se sentaram.
[16] Então, Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes e, olhando para o céu, deu graças e os partiu. Em seguida, entregou‑os aos discípulos para que os servissem ao povo.
[17] Todos comeram e ficaram satisfeitos, e os discípulos recolheram doze cestos cheios de pedaços que sobraram.
[18] Certa vez, Jesus estava orando em particular, e os seus discípulos estavam com ele. Então, lhes perguntou: ― Quem as multidões dizem que eu sou?
[19] Eles responderam: ― Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; ainda outros, um dos profetas do passado que ressuscitou.
[20] ― E vocês, quem dizem que eu sou? — perguntou. Pedro respondeu: ― O Cristo de Deus.
[21] Jesus os advertiu severamente de que não contassem isso a ninguém.
[22] Ele disse: ― O Filho do homem tem que sofrer muitas coisas e ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes, pelos mestres da lei, ser morto e ressuscitar no terceiro dia.
[23] Jesus dizia a todos: ― Se alguém quiser vir após mim, negue‑se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga‑me.
[24] Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a própria vida por minha causa a salvará.
[25] Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder‑se ou destruir a si mesmo?
[26] Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na sua glória e na glória do Pai e dos santos anjos.
[27] Em verdade lhes digo que alguns dos que aqui se acham de modo nenhum experimentarão a morte antes de verem o reino de Deus.
[28] Aproximadamente oito dias depois de dizer essas coisas, Jesus tomou Pedro, João e Tiago e subiu a um monte para orar.
[29] Enquanto orava, a aparência do seu rosto se transformou, e as suas roupas ficaram brancas e resplandecentes.
[30] Surgiram dois homens que começaram a conversar com Jesus. Eram Moisés e Elias.
[31] Apareceram em glorioso esplendor e falavam sobre a partida de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém.
[32] Pedro e os seus companheiros estavam dominados pelo sono; acordando subitamente, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele.
[33] Aconteceu que, ao se afastarem de Jesus, Pedro, sem saber o que dizia, falou: ― Mestre, que bom é estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias. Ele não sabia o que estava dizendo.
[34] Enquanto ele ainda falava, apareceu uma nuvem que os envolveu. Ficaram com medo ao entrar na nuvem.
[35] Dela saiu uma voz, que dizia: ― Este é o meu Filho, o Escolhido. Ouçam‑no!
[36] Tendo soado a voz, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram isto somente para si; naqueles dias, não contaram a ninguém o que tinham visto.
[37] No dia seguinte, quando desceram do monte, uma grande multidão veio ao encontro dele.
[38] Um homem da multidão bradou: ― Mestre, suplico‑te que olhes para o meu filho, pois é o único que tenho.
[39] Um espírito o domina; de repente, o menino grita, e o espírito sacode‑o com violência, fazendo‑o espumar; dificilmente o abandona antes de machucá‑lo muito.
[40] Roguei aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram.
[41] Jesus respondeu: ― Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês e terei que suportá‑los? Traga‑me aqui o seu filho.
[42] Ao se aproximar o menino, o demônio lançou‑o por terra, sacudindo‑o violentamente. Jesus, porém, repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou de volta ao pai.
[43] E todos ficaram atônitos ante a grandeza de Deus. Estando todos maravilhados com tudo o que Jesus fazia, ele disse aos seus discípulos:
[44] ― Ouçam atentamente o que vou dizer: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens.
[45] Contudo, não entendiam o que isso queria dizer; era‑lhes encoberto, para que não o entendessem, e tinham receio de perguntar‑lhe a respeito desse assunto.
[46] Começou uma discussão entre os discípulos acerca de qual deles seria o maior.
[47] Jesus, conhecendo os seus pensamentos, tomou uma criança e a colocou em pé, a seu lado.
[48] Então, disse‑lhes: ― Quem recebe esta criança em meu nome recebe a mim; e quem recebe a mim recebe aquele que me enviou. Pois aquele que entre vocês for o menor, este será o maior.
[49] ― Mestre — disse João —, vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi‑lo, porque ele não era um dos nossos.
[50] ― Não o impeçam — disse Jesus —, pois quem não é contra vocês é a favor de vocês.
[51] Aproximando‑se o tempo em que seria elevado aos céus, Jesus partiu resolutamente em direção a Jerusalém.
[52] Ele enviou mensageiros à sua frente, que entraram em um povoado samaritano para lhe fazer os preparativos,
[53] mas o povo dali não o recebeu porque ele se dirigia para Jerusalém.
[54] Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram: ― Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí‑los?
[55] Jesus, porém, voltando‑se, repreendeu‑os.
[56] Então, ele e os seus discípulos foram para outro povoado.
[57] Quando andavam pelo caminho, um homem disse a Jesus: ― Eu te seguirei para onde quer que fores.
[58] Jesus respondeu: ― As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
[59] A outro, disse: ― Siga‑me. Ele, porém, respondeu: ― Senhor, deixa‑me ir primeiro sepultar o meu pai.
[60] Jesus lhe disse: ― Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o reino de Deus.
[61] Ainda outro disse: ― Vou seguir‑te, Senhor, mas deixa‑me primeiro voltar e despedir‑me da minha família.
[62] Jesus respondeu: ― Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.