< Lucas 22

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[1] Estava se aproximando a Festa dos Pães sem Fermento, chamada Páscoa,
[2] e os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei procuravam um meio de matar Jesus, mas tinham medo do povo.
[3] Então, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, um dos Doze.
[4] Judas dirigiu‑se aos chefes dos sacerdotes e aos oficiais da guarda do templo e tratou com eles como poderia lhes entregar Jesus.
[5] A proposta muito os alegrou, e acordaram sobre lhe dar dinheiro.
[6] Ele concordou e procurava uma oportunidade para lhes entregar Jesus quando a multidão não estivesse presente.
[7] Finalmente, chegou o dia da Festa dos Pães sem Fermento, no qual devia ser sacrificado o cordeiro pascal.
[8] Jesus enviou Pedro e João, dizendo: ― Vão e preparem a refeição da Páscoa para nós comermos.
[9] ― Onde queres que a preparemos? — perguntaram.
[10] Ele respondeu: ― Ao entrarem na cidade, um homem com um pote de água encontrará vocês. Sigam‑no até a casa em que ele entrar
[11] e digam ao dono da casa: “O Mestre pergunta: ‘Onde é o salão de hóspedes no qual comerei a Páscoa com os meus discípulos?’ ”.
[12] Ele mostrará a vocês uma ampla sala no andar superior, toda mobiliada. Façam ali os preparativos.
[13] Eles saíram, encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa.
[14] Quando chegou a hora, Jesus e os seus apóstolos reclinaram‑se à mesa.
[15] Ele lhes disse: ― Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer.
[16] Pois eu digo a vocês que não comerei dela novamente até que se cumpra no reino de Deus.
[17] Recebendo um cálice, ele deu graças e disse: ― Peguem o cálice e o partilhem uns com os outros.
[18] Pois eu lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o reino de Deus.
[19] Pegando ele o pão, deu graças, partiu‑o e o deu aos discípulos, dizendo: ― Isto é o meu corpo, dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim.
[20] Da mesma forma, depois de ter comido o pão, ele pegou o cálice e disse: ― Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado em favor de vocês.
[21] Mas saibam que a mão daquele que há de me trair está comigo à mesa.
[22] O Filho do homem irá, como foi determinado, mas ai daquele por quem é traído!
[23] Eles começaram a perguntar uns aos outros qual deles faria aquilo.
[24] Surgiu também uma discussão entre eles acerca de qual deles era considerado o maior.
[25] Jesus lhes disse: ― Os reis das nações as dominam, e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores.
[26] Vocês, porém, não serão assim. Ao contrário, o maior entre vocês deverá ser como o menor, e aquele que governa, como o que serve.
[27] Pois quem é maior: o que está à mesa ou o que serve? Não é o que está à mesa? Eu, porém, estou entre vocês como quem serve.
[28] Vocês são os que têm permanecido ao meu lado durante as minhas provações.
[29] Eu designo a vocês um reino, como o meu Pai o designou a mim,
[30] para que possam comer e beber à minha mesa no meu reino e se assentar em tronos para julgar as doze tribos de Israel.
[31] ― Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como se faz com o trigo.
[32] Contudo, eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. Quando, porém, você se converter, fortaleça os seus irmãos.
[33] Ele, porém, respondeu: ― Senhor, estou pronto para ir contigo tanto para a prisão como para a morte.
[34] Jesus respondeu: ― Eu lhe digo, Pedro, que ainda hoje, antes que o galo cante, três vezes você negará que me conhece.
[35] Então, Jesus lhes perguntou: ― Quando eu os enviei sem bolsa, sem saco de viagem e sem sandálias, faltou alguma coisa? ― Nada — responderam.
[36] Ele lhes disse: ― Agora, porém, se vocês têm bolsa, levem‑na, bem como o saco de viagem; se não têm espada, vendam a sua capa e comprem uma.
[37] Está escrito: “Ele foi contado entre os transgressores”; e eu digo que isso precisa cumprir‑se em mim. Sim, o que está escrito a meu respeito está para se cumprir.
[38] Os discípulos disseram: ― Vê, Senhor, aqui estão duas espadas. ― É o suficiente! — ele respondeu.
[39] Como de costume, Jesus foi para o monte das Oliveiras, e os seus discípulos o seguiram.
[40] Chegando ao lugar, disse‑lhes: ― Orem para que vocês não caiam em tentação.
[41] Então, afastou‑se deles a uma pequena distância, ajoelhou‑se e começou a orar:
[42] ― Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua.
[43] Apareceu‑lhe, então, um anjo do céu, que o fortalecia.
[44] Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente, e o seu suor era como gotas de sangue que caíam no chão.
[45] Quando se levantou da oração e voltou aos seus discípulos, encontrou‑os dormindo, dominados pela tristeza.
[46] ― Por que estão dormindo? — perguntou‑lhes. — Levantem‑se e orem para que vocês não caiam em tentação.
[47] Enquanto ele ainda falava, apareceu uma multidão conduzida por Judas, um dos Doze. Este se aproximou de Jesus para saudá‑lo com um beijo.
[48] Jesus, porém, lhe perguntou: ― Judas, é com um beijo que você trai o Filho do homem?
[49] Ao verem o que ia acontecer, os que estavam com Jesus lhe disseram: ― Senhor, atacaremos com espadas?
[50] Então, um deles feriu o servo do sumo sacerdote, decepando‑lhe a orelha direita.
[51] Jesus, porém, respondeu: ― Basta! Então, tocando na orelha do homem, ele o curou.
[52] Em seguida, Jesus disse aos chefes dos sacerdotes, aos oficiais da guarda do templo e aos líderes religiosos que vieram procurá‑lo: ― Acaso estou chefiando alguma rebelião, para que venham com espadas e varas?
[53] Todos os dias, estive com vocês no templo, e vocês não levantaram a mão contra mim. Contudo, esta é a hora de vocês, quando as trevas reinam.
[54] Então, prendendo‑o, levaram‑no para a casa do sumo sacerdote. Pedro o seguia de longe.
[55] Quando, porém, acenderam uma fogueira no meio do pátio e sentaram ao redor dele, Pedro sentou‑se com eles.
[56] Uma criada o viu sentado ali à luz do fogo. Ela olhou fixamente para ele e disse: ― Este homem estava com ele.
[57] Contudo, ele negou: ― Mulher, não o conheço.
[58] Pouco depois, um homem o viu e disse: ― Você também é um deles. ― Homem, não sou! — respondeu Pedro.
[59] Cerca de uma hora depois, outro afirmou: ― Certamente este homem estava com ele, pois é galileu.
[60] Pedro respondeu: ― Homem, não sei do que você está falando! Imediatamente, enquanto ele falava, o galo cantou.
[61] O Senhor voltou‑se e olhou diretamente para Pedro. Então, Pedro lembrou‑se da palavra que o Senhor lhe havia dito: “Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes”.
[62] Saindo dali, chorou amargamente.
[63] Os homens que estavam detendo Jesus começaram a zombar dele e a bater nele.
[64] Cobriam‑lhe os olhos e diziam: ― Profetize! Quem foi que bateu em você?
[65] Então, dirigiam‑lhe muitas outras palavras de insulto.
[66] Ao amanhecer, reuniu‑se o conselho dos líderes religiosos do povo, tanto os chefes dos sacerdotes quanto os mestres da lei, e Jesus foi levado diante deles.
[67] ― Diga‑nos se você é o Cristo — exigiram. Jesus respondeu: ― Se eu lhes disser, não crerão em mim
[68] e, se eu lhes perguntar, não me responderão.
[69] Contudo, de agora em diante o Filho do homem estará assentado à direita do Poderoso Deus.
[70] Perguntaram‑lhe todos: ― Então, você é o Filho de Deus? ― Vocês dizem que eu sou — respondeu.
[71] Eles disseram: ― Por que precisamos de mais testemunhas? Ouvimos dos próprios lábios dele.