< Gênesis 47

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[1] José foi dar as notícias ao faraó: ― O meu pai e os meus irmãos chegaram de Canaã com as suas ovelhas, os seus bois e tudo o que lhes pertence e estão agora em Gósen.
[2] Depois, escolheu cinco dos seus irmãos e os apresentou ao faraó.
[3] O faraó lhes perguntou: ― Em que vocês trabalham? Eles lhe responderam: ― Os teus servos são pastores, como os nossos antepassados.
[4] Disseram‑lhe ainda: ― Viemos como estrangeiros para morar aqui por um tempo, porque a fome é rigorosa em Canaã, e os rebanhos dos teus servos não têm pastagem. Agora, por favor, permite que os teus servos se estabeleçam em Gósen.
[5] Então, o faraó disse a José: ― O seu pai e os seus irmãos vieram a você,
[6] e a terra do Egito está à sua disposição; faça que o seu pai e os seus irmãos habitem na melhor parte da terra. Deixe‑os morar em Gósen. E, se você vê que alguns deles são competentes, ponha‑os como responsáveis pelo meu rebanho.
[7] Então, José levou Jacó, o seu pai, ao faraó e o apresentou a ele. Jacó abençoou o faraó,
[8] e este lhe perguntou: ― Quantos anos o senhor tem?
[9] Jacó respondeu ao faraó: ― São cento e trinta os anos da minha peregrinação. Foram poucos e difíceis, mas não se comparam com os anos da peregrinação dos meus antepassados.
[10] Então, Jacó abençoou o faraó e saiu de sua presença.
[11] José instalou o seu pai e os seus irmãos e deu‑lhes propriedade na melhor parte das terras do Egito, na região de Ramessés, conforme a ordem do faraó.
[12] Providenciou também sustento para o seu pai, para os seus irmãos e para toda a sua família, de acordo com o número de filhos de cada um.
[13] Não havia alimento em toda a terra, pois a fome era rigorosa; tanto o Egito como Canaã desfaleciam por causa da fome.
[14] José recolheu toda a prata que circulava no Egito e em Canaã, dada como pagamento pelo grão que o povo comprava, e levou‑a ao palácio do faraó.
[15] Quando toda a prata do Egito e de Canaã se esgotou, todos os egípcios foram suplicar a José: ― Dá‑nos comida! Não nos deixes morrer em tua presença, pois a nossa prata acabou.
[16] José lhes disse: ― Tragam, então, os seus rebanhos, e em troca lhes darei alimento, uma vez que a prata de vocês acabou.
[17] Então, trouxeram a José os rebanhos, e ele deu‑lhes alimento em troca de cavalos, ovelhas, bois e jumentos. Durante aquele ano inteiro, ele os sustentou em troca de todos os seus rebanhos.
[18] O ano passou, e no ano seguinte voltaram a José, dizendo: ― Não temos como esconder de ti, meu senhor, que uma vez que a nossa prata acabou e os nossos rebanhos lhe pertencem, nada mais resta diante do meu senhor a não ser os nossos próprios corpos e as nossas terras.
[19] Não deixes que morramos e que as nossas terras pereçam diante dos teus olhos! Compra‑nos e compra as nossas terras, em troca de alimento, e nós, com as nossas terras, seremos escravos do faraó. Dá‑nos sementes para que sobrevivamos e não morramos de fome, a fim de que a terra não fique desolada.
[20] Assim, José comprou todas as terras do Egito para o faraó. Todos os egípcios tiveram que vender os seus campos de tão rigorosa que era a fome para eles. Então, a terra tornou‑se propriedade do faraó.
[21] Quanto ao povo, José o reduziu à servidão, de uma a outra extremidade do Egito.
[22] Somente as terras dos sacerdotes não foram compradas, porque estes recebiam subsídios designados pelo faraó e se alimentavam do que recebiam dele. Por isso, não tiveram que vender as suas terras.
[23] Então, José disse ao povo: ― Ouçam! Hoje comprei vocês e as suas terras para o faraó; aqui estão as sementes a fim de que cultivem a terra.
[24] Mas vocês darão a quinta parte das suas colheitas ao faraó. Os outros quatro quintos ficarão para vocês como sementes para os campos e como alimento para vocês, para os que vivem nas suas casas e para dar de comer às suas crianças.
[25] Eles disseram: ― Meu senhor, tu nos salvaste a vida. Visto que nos favoreceste, seremos escravos do faraó.
[26] Assim, quanto à terra, José estabeleceu o seguinte estatuto no Egito, que permanece até hoje: um quinto da produção pertence ao faraó. Somente as terras dos sacerdotes não se tornaram propriedade do faraó.
[27] Os israelitas se estabeleceram no Egito, na região de Gósen. Lá adquiriram propriedades, foram férteis e multiplicaram‑se muito.
[28] Jacó viveu dezessete anos no Egito, e os anos da sua vida chegaram a cento e quarenta e sete.
[29] Quando estava perto de morrer, Israel chamou José, o seu filho, e lhe disse: ― Se tenho o seu favor, ponha a mão debaixo da minha coxa e prometa que agirá com amor fiel para comigo. Não me sepulte no Egito.
[30] Quando eu descansar com os meus pais, leve‑me daqui do Egito e sepulte‑me com eles. José respondeu: ― Farei como o senhor me pede.
[31] Jacó insistiu: ― Jure‑me. José lhe jurou, e Israel curvou‑se para adorar apoiado no seu bordão.