< João 4

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[1] Quando Jesus ficou sabendo que os fariseus ouviram falar que ele estava fazendo e batizando mais discípulos do que João —
[2] embora não fosse Jesus quem batizasse, mas os seus discípulos —,
[3] saiu da Judeia e voltou novamente para a Galileia.
[4] No entanto, era necessário que ele passasse por Samaria.
[5] Assim, chegou a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, perto das terras que Jacó tinha dado a seu filho José.
[6] Havia ali o poço de Jacó. Cansado da viagem, Jesus sentou‑se à beira do poço. Isto se deu por volta do meio-dia.
[7] Nisso veio uma mulher samaritana tirar água. Jesus lhe disse: ― Dê‑me um pouco de água.
[8] Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.
[9] A mulher samaritana lhe perguntou: ― Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber? Ela perguntou isso porque os judeus não se dão bem com os samaritanos.
[10] Jesus lhe respondeu: ― Se você conhecesse o dom de Deus e quem está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe daria água viva.
[11] A mulher disse: ― O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva?
[12] Acaso o senhor é maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, bem como os seus filhos e o seu gado?
[13] Jesus respondeu: ― Quem beber desta água terá sede outra vez,
[14] mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.
[15] A mulher lhe disse: ― Senhor, dê‑me dessa água, para que eu nunca mais tenha sede nem precise voltar aqui para tirar água.
[16] Ele lhe disse: ― Vá, chame o seu marido e volte.
[17] ― Não tenho marido — respondeu. Jesus lhe disse: ― Você falou corretamente ao dizer que não tem marido.
[18] O fato é que você já teve cinco, e o homem com quem agora vive não é seu marido. O que acabou de dizer é verdade.
[19] A mulher disse: ― Senhor, vejo que é profeta.
[20] Os nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
[21] Jesus declarou: ― Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte nem em Jerusalém.
[22] Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus.
[23] No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Estes são os adoradores que o Pai procura.
[24] Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.
[25] A mulher disse: ― Eu sei que o Messias vem, e que é chamado Cristo. Quando vier, ele nos explicará tudo.
[26] Então, Jesus declarou: ― Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você.
[27] Naquele momento, os seus discípulos voltaram e ficaram surpresos ao encontrá‑lo conversando com uma mulher. Ninguém, porém, perguntou: “O que pretendes?” ou: “Por que estás conversando com ela?”.
[28] Então, deixando o seu cântaro, a mulher voltou à cidade e disse ao povo:
[29] ― Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que ele não é o Cristo?
[30] Então, saíram da cidade e foram até onde ele estava.
[31] Enquanto isso, os discípulos insistiam com ele: ― Rabi, come alguma coisa.
[32] Ele, porém, lhes disse: ― Tenho algo para comer que vocês não conhecem.
[33] Então, os seus discípulos disseram uns aos outros: ― Será que alguém lhe trouxe comida?
[34] ― A minha comida — disse Jesus — é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra.
[35] Vocês não dizem: “Só daqui a quatro meses haverá a colheita”? Eu digo a vocês que abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita.
[36] Aquele que colhe já recebe o seu salário e ajunta fruto para a vida eterna, de forma que se alegram juntos o que semeia e o que colhe.
[37] Assim, é verdadeiro o ditado: “Um semeia, e outro colhe”.
[38] Eu os enviei para colher o que vocês não cultivaram. Outros realizaram o trabalho árduo, e vocês vieram usufruir do trabalho deles.
[39] Muitos samaritanos daquela cidade creram nele por causa do seguinte testemunho dado pela mulher: “Ele me disse tudo o que tenho feito”.
[40] Assim, quando se aproximaram dele, os samaritanos insistiram em que ficasse com eles. Ele ficou dois dias,
[41] e muitos creram nele por causa da sua mensagem.
[42] Então, disseram à mulher: ― Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo.
[43] Depois daqueles dois dias, ele partiu rumo à Galileia,
[44] pois o próprio Jesus tinha afirmado que nenhum profeta tem honra na sua própria terra.
[45] Então, quando Jesus chegou à Galileia, os galileus o receberam, porque tinham visto tudo o que ele fizera em Jerusalém durante a Festa da Páscoa, pois também haviam estado lá.
[46] Mais uma vez, ele visitou Caná da Galileia, onde tinha transformado água em vinho. Havia ali um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum.
[47] Quando ouviu falar que Jesus tinha vindo da Judeia e chegado à Galileia, procurou‑o e pediu‑lhe que fosse curar o seu filho, que estava à beira da morte.
[48] Jesus lhe disse: ― Se vocês não virem sinais e maravilhas, nunca crerão.
[49] O oficial do rei disse: ― Senhor, vem, antes que o meu filho morra!
[50] Jesus respondeu: ― Pode ir. O seu filho continuará vivo. O homem confiou na palavra de Jesus e partiu.
[51] Estando ele ainda a caminho, os seus servos vieram ao seu encontro com notícias de que o menino estava vivo.
[52] Quando perguntou a que horas o filho tinha melhorado, eles lhe disseram: ― A febre o deixou ontem, à uma hora da tarde.
[53] Então, o pai constatou que aquela fora exatamente a hora em que Jesus lhe dissera: “O seu filho continuará vivo”. Assim, ele e todos os da sua casa creram.
[54] Este foi o segundo sinal milagroso que Jesus realizou depois que veio da Judeia para a Galileia.