< João 18

Listen to this chapter • 5 min
[1] Quando terminou de orar, Jesus saiu com os seus discípulos e atravessou o vale do Cedrom. Do outro lado, havia um olival, onde entrou com eles.
[2] Ora, Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se reunira ali com os seus discípulos.
[3] Então, Judas foi para o olival, levando consigo um destacamento de soldados e alguns guardas enviados pelos chefes dos sacerdotes e fariseus, que levavam tochas, lanternas e armas.
[4] Jesus, sabendo tudo o que aconteceria com ele, saiu ao encontro deles e perguntou: ― A quem vocês estão procurando?
[5] ― A Jesus de Nazaré — responderam. ― Sou eu — disse Jesus. Judas, o traidor, estava com eles.
[6] Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra.
[7] Novamente, ele lhes perguntou: ― A quem procuram? ― A Jesus de Nazaré — disseram.
[8] Jesus respondeu: ― Já disse a vocês que sou eu. Se é a mim que estão procurando, deixem estes homens ir embora.
[9] Isso aconteceu para que se cumprissem as palavras que ele dissera: “Não perdi nenhum dos que me deste”.
[10] Simão Pedro, que trazia uma espada, sacou‑a e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando‑lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco.
[11] Jesus, porém, ordenou a Pedro: ― Guarde a espada! Acaso não haverei de beber o cálice que o Pai me deu?
[12] Assim, o destacamento de soldados com o seu comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus. Amarraram‑no
[13] e o levaram primeiramente a Anás, que era sogro de Caifás, o sumo sacerdote naquele ano.
[14] Caifás era quem tinha dito aos judeus que seria melhor que um homem morresse pelo povo.
[15] Simão Pedro e outro discípulo estavam seguindo Jesus. Por ser conhecido do sumo sacerdote, este discípulo entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote,
[16] mas Pedro teve que ficar esperando do lado de fora da porta. O outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, voltou, falou com a moça encarregada da porta e fez Pedro entrar.
[17] Ela, então, perguntou a Pedro: ― Você não é um dos discípulos desse homem? Ele respondeu: ― Não sou.
[18] Fazia frio; os servos e os guardas estavam ao redor de uma fogueira que haviam feito para se aquecer. Pedro também estava em pé com eles, aquecendo‑se.
[19] Enquanto isso, o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e dos seus ensinamentos.
[20] Jesus respondeu‑lhe: ― Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada disse em segredo.
[21] Por que me interrogas? Pergunta aos que me ouviram. Certamente eles sabem o que eu disse.
[22] Quando Jesus disse isso, um dos guardas que estava perto deu um tapa no rosto dele. ― Isso é jeito de responder ao sumo sacerdote? — perguntou.
[23] Jesus respondeu: ― Se eu disse algo mal, prove que é mal. Mas, se falei a verdade, por que me bateu?
[24] Então, Anás enviou Jesus, de mãos amarradas, a Caifás, o sumo sacerdote.
[25] Enquanto Simão Pedro estava se aquecendo, perguntaram‑lhe: ― Você não é um dos discípulos dele? Ele negou, dizendo: ― Não sou.
[26] Um dos servos do sumo sacerdote, parente do homem cuja orelha Pedro cortara, insistiu: ― Eu não o vi com ele no olival?
[27] Mais uma vez, Pedro negou, e imediatamente o galo cantou.
[28] Em seguida, os judeus levaram Jesus da casa de Caifás para o Pretório. Já estava amanhecendo, e, para evitar contaminação cerimonial, os judeus não entraram no Pretório, pois queriam participar da Páscoa.
[29] Então, Pilatos saiu para falar com eles e perguntou: ― Que acusação vocês têm contra este homem?
[30] ― Se ele não fosse criminoso, não o teríamos entregue a ti — responderam.
[31] Pilatos disse: ― Levem‑no e julguem‑no conforme a lei de vocês. ― Nós, porém, não temos permissão para executar ninguém — protestaram os judeus.
[32] Isso aconteceu para que se cumprissem as palavras que Jesus tinha dito, indicando a espécie de morte que estava para sofrer.
[33] Pilatos, então, voltou para o Pretório, chamou Jesus e lhe perguntou: ― Você é o rei dos judeus?
[34] Jesus perguntou‑lhe: ― Essa pergunta é tua, ou outros te falaram a meu respeito?
[35] Pilatos respondeu: ― Acaso sou judeu? Foi o seu povo e os chefes dos sacerdotes que o entregaram a mim. Que foi que você fez?
[36] Jesus disse: ― O meu reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu reino não é daqui.
[37] ― Então, você é rei! — disse Pilatos. Jesus respondeu: ― Tu dizes que sou rei. Para isto nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todos os que são da verdade me ouvem.
[38] ― O que é a verdade? — perguntou Pilatos. Depois de perguntar isso, saiu novamente para onde estavam os judeus e disse: ― Eu não encontro nele motivo algum de acusação.
[39] Contudo, segundo o costume de vocês, devo libertar um prisioneiro por ocasião da Páscoa. Querem que eu solte “o rei dos judeus”?
[40] Eles, em resposta, gritaram: ― Não, ele não! Queremos Barrabás! Ora, Barrabás era líder de rebelião.