< Jeremias 6

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[1] “Fuja em busca de abrigo, povo de Benjamim! Fuja de Jerusalém! Toquem a trombeta em Tecoa! Ponham sinal em Bete-Haquerém! Porque já se vê a desgraça que vem do norte, uma terrível destruição!
[2] Destruirei a Filha de Sião; tão bela e formosa,
[3] para onde os pastores vêm com os seus rebanhos; armam as suas tendas ao redor dela e apascentam, cada um no seu lugar.
[4] “Preparem‑se para enfrentá‑la na batalha! Vamos, ataquemos ao meio-dia! Ai de nós! O dia declina, e as sombras da tarde já se estendem.
[5] Vamos, ataquemos de noite! Destruamos as suas fortalezas!”
[6] Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Derrubem as árvores e construam rampas de cerco contra Jerusalém. Esta é a cidade que deve ser castigada. Ela está cheia de opressão.
[7] Como um poço produz água, assim ela produz a sua maldade. Violência! Destruição! É o que se ouve dentro dela; doenças e feridas estão sempre diante de mim.
[8] Ouça a minha advertência, ó Jerusalém! Do contrário, eu me afastarei inteiramente de você e farei de você uma desolação, uma terra desabitada”.
[9] Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Rebusque‑se o remanescente de Israel tão completamente como se faz com uma videira, como faz quem colhe uvas; e você, repasse os ramos cacho por cacho”.
[10] A quem posso falar ou advertir? Quem me escutará? Os ouvidos deles são obstinados, e eles não podem ouvir. A palavra do Senhor é para eles desprezível; não encontram nela motivo de prazer.
[11] No entanto, a ira do Senhor dentro de mim transborda, já não posso retê‑la. “Derrama‑a sobre as crianças na rua e sobre os jovens reunidos em grupos; tanto maridos como esposas também serão pegos, os velhos e os de idade bem avançada.
[12] As casas deles serão entregues a outros, com os seus campos e as suas mulheres, quando eu estender a minha mão contra os que vivem nesta terra”, declara o Senhor.
[13] “Desde o menor até o maior, todos são gananciosos; tanto os sacerdotes como os profetas, todos praticam a falsidade.
[14] Eles tratam da ferida do meu povo como se não fosse grave. ‘Paz, paz’, dizem, quando não há paz alguma.
[15] Ficarão eles envergonhados da sua conduta detestável? Não, eles não sentem vergonha alguma, nem mesmo ficam corados. Portanto, cairão entre os que caem; serão humilhados quando eu os castigar”, declara o Senhor.
[16] Assim diz o Senhor: “Ponham‑se nas encruzilhadas e olhem; perguntem pelos caminhos antigos; perguntem pelo bom caminho e sigam‑no, e a alma de vocês encontrará descanso. Todavia, vocês disseram: ‘Não seguiremos!’.
[17] Coloquei sentinelas entre vocês e disse: ‘Prestem atenção no som da trombeta!’. Vocês, porém, disseram: ‘Não daremos atenção’.
[18] Vejam, ó nações; observe, ó assembleia, o que acontecerá a eles.
[19] Ouça, ó terra: Trarei desgraça sobre este povo, o fruto das suas maquinações, porque não deram atenção às minhas palavras e rejeitaram a minha lei.
[20] De que me serve o incenso trazido de Sabá, ou o cálamo aromático de uma terra distante? Os seus holocaustos não são aceitáveis, nem me agradam as suas ofertas”.
[21] Por isso, assim diz o Senhor: “Porei obstáculos diante deste povo. Pais e filhos tropeçarão neles; vizinhos e amigos perecerão”.
[22] Assim diz o Senhor: “Veja! Um exército vem do norte; uma grande nação está sendo mobilizada desde os confins da terra.
[23] Eles empunham o arco e a lança; são cruéis e não têm misericórdia. O barulho que fazem é como o bramido do mar e montam os seus cavalos em formação de batalha para atacar você, ó Filha de Sião”.
[24] Ouvimos os relatos sobre eles, e as nossas mãos amoleceram. A angústia tomou conta de nós, e dores como as de uma mulher ao dar à luz.
[25] Não saiam aos campos, nem andem pelas estradas, pois o inimigo traz a espada, e há pavor por todos os lados.
[26] Ó minha filha, meu povo, vista‑se com pano de saco e revolva‑se nas cinzas. Lamente‑se com choro amargurado, como quem chora por um filho único, pois subitamente o destruidor virá sobre nós.
[27] “Eu o designei como examinador de metais, provador do meu povo, como uma fortaleza, para que você examine e ponha à prova a conduta deles.
[28] Todos eles são rebeldes obstinados e propagadores de calúnias. Estão endurecidos como o bronze e o ferro. Todos eles são corruptos.
[29] O fole sopra com força para separar o chumbo com o fogo, mas o refino prossegue em vão; os ímpios não são expurgados.
[30] São chamados prata rejeitada, porque o Senhor os rejeitou.”