< Gênesis 44

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[1] José deu as seguintes ordens ao administrador da sua casa: ― Encha as bagagens desses homens com todo o mantimento que puderem carregar e coloque a prata de cada um na boca da sua bagagem.
[2] Depois, coloque a minha taça, a taça de prata, na boca da bagagem do caçula, com a prata paga pelo seu grão. Ele fez tudo conforme as ordens de José.
[3] Assim que despontou a manhã, despediram os homens com os seus jumentos.
[4] Ainda não tinham se afastado da cidade, quando José disse ao administrador da sua casa: ― Vá atrás daqueles homens e, quando os alcançar, diga‑lhes: “Por que retribuíram o bem com o mal?
[5] Não é esta a taça que o meu senhor usa para beber e para fazer adivinhações? Vocês cometeram grande maldade!”.
[6] Quando ele os alcançou, repetiu‑lhes essas palavras.
[7] Eles, porém, lhe responderam: ― Por que o meu senhor diz isso? Longe dos seus servos fazer tal coisa!
[8] Nós lhe trouxemos de volta, da terra de Canaã, a prata que encontramos na boca da nossa bagagem. Como roubaríamos prata ou ouro da casa do seu senhor?
[9] Se algum dos seus servos for encontrado com ela, morrerá, e o restante de nós seremos escravos do meu senhor.
[10] Ele disse: ― Concordo. Somente quem for encontrado com ela será meu escravo; os demais estarão livres.
[11] Cada um deles descarregou depressa a sua bagagem e abriu‑a.
[12] Então, o administrador fez a busca, começando pela bagagem do mais velho à do mais jovem. A taça foi encontrada na bagagem de Benjamim.
[13] Diante disso, eles rasgaram as suas vestes. Em seguida, todos puseram a carga de novo nos jumentos e retornaram à cidade.
[14] Quando Judá e os seus irmãos chegaram à casa de José, ele ainda estava lá. Então, lançaram‑se ao chão diante de José,
[15] que lhes perguntou: ― Que foi que vocês fizeram? Vocês não sabem que um homem como eu tem poder para adivinhar?
[16] Judá respondeu: ― O que diremos ao meu senhor? Que podemos falar? Como podemos provar a nossa inocência? Deus trouxe à luz a culpa dos teus servos. Agora somos escravos do meu senhor, como também aquele que foi encontrado com a taça.
[17] José, porém, disse: ― Longe de mim fazer tal coisa! Somente aquele com quem foi encontrada a taça será meu escravo. Os demais podem voltar para o seu pai em paz.
[18] Então, Judá dirigiu‑se a ele, dizendo: ― Por favor, meu senhor! Permite a mim, o teu servo, dizer algo ao meu senhor. Não se acenda a tua ira contra o teu servo, embora sejas igual ao próprio faraó.
[19] O meu senhor perguntou a estes teus servos se ainda tínhamos pai e mais algum irmão.
[20] Nós respondemos: “Temos um pai já idoso, cujo filho caçula lhe nasceu na velhice. O irmão deste já morreu, e ele é o único filho da mesma mãe que restou, e o seu pai o ama”.
[21] ― Então, disseste aos teus servos que o trouxessem a ti para que os teus olhos pudessem vê‑lo.
[22] Respondemos ao meu senhor que o jovem não poderia deixar o seu pai, pois, caso o fizesse, o pai morreria.
[23] Contudo, disseste aos teus servos que, se o nosso irmão caçula não viesse conosco, nunca mais veríamos a tua face.
[24] Quando voltamos ao meu pai, teu servo, contamos‑lhe o que o meu senhor tinha dito.
[25] ― Quando o nosso pai nos mandou voltar para comprar um pouco mais de comida,
[26] nós lhe dissemos: “Só poderemos voltar para lá se o nosso irmão caçula for conosco, pois não poderemos ver a face daquele homem, a não ser que o nosso irmão caçula esteja conosco”.
[27] ― O teu servo, o meu pai, nos disse então: “Vocês sabem que a minha mulher me deu apenas dois filhos.
[28] Um deles se foi, e eu disse: ‘Com certeza foi despedaçado’, e, até hoje, nunca mais o vi.
[29] Se agora vocês também levarem este de mim e algum mal lhe acontecer, vocês farão que os meus cabelos brancos desçam em miséria à sepultura”.
[30] ― Agora, pois, se eu voltar ao meu pai, teu servo, sem levar o jovem conosco, logo que o nosso pai, que é tão apegado a ele,
[31] perceber que o jovem não está conosco, morrerá. Os teus servos farão o seu velho pai descer seus cabelos brancos com tristeza à sepultura.
[32] ― Além disso, o teu servo garantiu a segurança do jovem ao seu pai, dizendo‑lhe: “Se eu não o trouxer de volta, serei culpado diante de ti pelo resto da minha vida!”.
[33] ― Por isso, deixa o teu servo ficar como escravo do meu senhor no lugar do jovem e permite que ele volte com os seus irmãos.
[34] Como poderei eu voltar ao meu pai sem levar o jovem comigo? Não! Não posso ver o mal que sobreviria ao meu pai.