[10] Vi a tarefa que Deus impôs aos homens para que se ocupem com ela.
[11] Ele fez tudo belo a seu tempo. Também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este consiga compreender a obra que Deus fez do começo ao fim.
[12] Sei que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive.
[13] Sei também que poder comer, beber e ser recompensado por todo o seu trabalho é um presente de Deus.
[14] Sei que tudo o que Deus faz permanecerá para sempre; a isso nada se pode acrescentar, e disso nada se pode tirar. Deus assim faz para que os homens o temam.
[15] O que é já foi, e o que será também já foi anteriormente; Deus investigará o passado.
[16] Vi algo mais debaixo do sol: no lugar da justiça, havia impiedade; no lugar da retidão, ainda mais impiedade.
[17] Eu disse a mim mesmo: “Deus julgará tanto o justo como o ímpio, pois há um tempo para todo propósito, um tempo para julgar tudo o que é feito”.
[18] Também disse a mim mesmo: “Quanto aos homens, Deus os prova para que vejam que são como os animais.
[19] Certamente, o destino do homem é o mesmo do animal; o mesmo destino os aguarda. Como morre um, assim morre o outro. Todos têm o mesmo fôlego de vida; o homem não tem vantagem alguma sobre o animal. Tudo é inútil!
[20] Todos vão para o mesmo lugar; todos vieram do pó e ao pó todos retornarão.
[21] Quem pode dizer se o fôlego do homem sobe às alturas e se o fôlego do animal desce para a terra?”.
[22] Portanto, observei que não há nada melhor para o homem do que desfrutar o seu trabalho, porque essa é a sua recompensa. Pois quem poderá trazê‑lo para ver o que acontecerá depois de morto?