< Daniel 8

Listen to this chapter • 4 min
[1] No terceiro ano do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive outra visão, a segunda.
[2] Na minha visão, eu me vi na cidadela de Susã, na província de Elão. Na visão, eu estava junto ao canal de Ulai.
[3] Olhei para cima e, diante de mim, junto ao canal, havia um carneiro com dois chifres compridos; um deles era mais comprido que o outro e cresceu depois.
[4] Observei o carneiro enquanto ele escorneava para o oeste, para o norte e para o sul. Nenhum animal conseguia resistir a ele, e ninguém podia livrar‑se do seu poder. Ele fazia o que bem desejava e tornou‑se grande.
[5] Enquanto eu considerava isso, de repente um bode, com um chifre enorme entre os olhos, veio do oeste, percorrendo toda a extensão da terra, sem encostar no chão.
[6] Ele veio na direção do carneiro que possuía dois chifres, que eu tinha visto ao lado do canal, e avançou contra ele com grande fúria.
[7] Eu o vi atacar furiosamente o carneiro, atingi‑lo e quebrar‑lhe os dois chifres. O carneiro não teve forças para resistir a ele; o bode o derrubou no chão e o pisoteou, e ninguém foi capaz de livrar o carneiro do seu poder.
[8] O bode tornou‑se muito grande, mas no auge da sua força o seu grande chifre foi quebrado, crescendo no lugar quatro chifres enormes, na direção dos quatro ventos do céu.
[9] De um deles saiu um pequeno chifre, que logo cresceu em poder na direção do sul, do leste e da Terra Magnífica.
[10] Cresceu até alcançar o exército dos céus e lançou na terra parte do exército das estrelas e as pisoteou.
[11] Tanto cresceu que chegou a desafiar o comandante do exército. Suprimiu o sacrifício diário oferecido ao comandante, e o lugar do santuário foi derrubado.
[12] Por causa da rebelião, um exército e o sacrifício diário foram dados ao chifre. Ele tinha êxito em tudo o que fazia, e a verdade foi lançada por terra.
[13] Então, ouvi dois santos conversando, e um deles perguntou ao outro: ― Quanto tempo durará o conteúdo da visão acerca do sacrifício diário, da rebelião desoladora, da entrega do santuário e do exército para serem pisoteados?
[14] Ele me disse: ― Isso tudo levará duas mil e trezentas tardes e manhãs. Então, o santuário será purificado.
[15] Enquanto eu, Daniel, observava a visão e tentava entendê‑la, diante de mim apareceu um ser com aparência de homem.
[16] E ouvi a voz de um homem que vinha do meio do Ulai: ― Gabriel, explique a esse homem o significado da visão.
[17] Quando ele se aproximou de onde eu estava, fiquei aterrorizado e caí prostrado. Ele me disse: ― Filho do homem, saiba que a visão se refere aos tempos do fim.
[18] Enquanto ele falava comigo, eu, com o rosto em terra, caí desacordado. Então, ele tocou em mim, me pôs em pé e disse:
[19] ― Vou contar a você o que acontecerá depois, no tempo da ira, pois a visão se refere ao tempo do fim.
[20] O carneiro de dois chifres que você viu representa os reis da Média e da Pérsia.
[21] O bode peludo é o rei da Grécia, e o grande chifre entre os seus olhos é o primeiro rei.
[22] Os quatro chifres que tomaram o lugar do chifre que foi quebrado são quatro reinos. Eles surgirão de uma nação, mas não com o mesmo poder.
[23] ― No final do reinado deles, quando a rebelião dos ímpios tiver chegado ao máximo, surgirá um rei de duro semblante, mestre em astúcias.
[24] Ele se tornará muito forte, mas não pelo seu próprio poder. Provocará devastações terríveis e será bem-sucedido em tudo o que fizer. Destruirá os homens poderosos e o povo santo.
[25] Com astúcia, propagará o engano com as próprias mãos e se considerará superior aos outros. Destruirá muitos que se sentiam seguros e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes. Apesar disso, ele será destruído, mas não por mãos humanas.
[26] ― A visão das tardes e das manhãs que foi dita é verdadeira. Sele, porém, a visão, pois refere‑se ao futuro distante.
[27] Eu, Daniel, fiquei exausto e doente por vários dias. Depois, levantei‑me e voltei a cuidar dos negócios do rei. Fiquei desolado com a visão, pois não havia quem a compreendesse.