Matéria Prima
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Matéria Prima é um programa de fazedoras de teias, tecelãs e investigadoras sociais acerca da Babilónia, das loucuras e esquizofrenias do admirável mundo novo. https://materiaprima.noblogs.org/

Jana Winderen: Spring Bloom
07 January 2022
Jana Winderen: Spring Bloom
We  interview Jana Winderen after her performance at GNRation, Braga, to  hear of her experience doing field recordings on the Arctic marginal ice  zone.
We  get to know how she experiences her art and the forms in which she  finds ways to tell stories and lend a microphone to often  under-represented beings and critters, like planton, whales and other  sea dwellers.
“The listener experiences the bloom of plankton, the shifting and  crackling sea ice in the Barents Sea around Spitsbergen (towards the  North Pole) and the underwater sounds made by bearded seals, migrating  species such as humpbacks and orcas, and the sound of hunting seithe and  spawning cod. All depend on the spring bloom. Jana Winderen researches  the hidden depths with the latest technology; her work reveals the  complexity and strangeness of the unseen world beneath. The audio  topography of the oceans and the depth of ice crevasses are brought to  the surface.” – from Jana Winderen’s Bandcamp
About Jana’s sounds:
About Jana:
“Jana Winderen is an artist who currently lives and works in Norway.  Her practice pays particular attention to audio environments and to  creatures which are hard for humans to access, both physically and  aurally – deep under water, inside ice or in frequency ranges inaudible  to the human ear. Her activities include site-specific and spatial audio  installations and concerts, which have been exhibited and performed  internationally in major institutions and public spaces.” – from Jana’s  website
Ação em Defesa do Barroso
08 September 2021
Ação em Defesa do Barroso
Ação simbólica acompanhada de cânticos, palavras de ordem e ritmos de resistência. Centenas de pessoas juntaram-se no Barroso para defender o território contra o projecto de mineração de Lítio a céu aberto, aparentemente patrocinado pelo Estado Português. Há vários anos que esta luta contra a empresa Savanah Ressources decorre em terras do Barroso, e noutros lugares, desde a serra da Estrela, à serra da Arga, mas também em outros países do mundo como Chile e Ecuador, onde recentemente ocorreu um golpe de estado que durou um ano, abertamente patrocinado por um dos homens mais ricos do mundo, que é dono de uma empresa de carros elétricos, a Tesla. Estas empresas de carros estão numa busca mundial por Lítio, o "ouro branco" que serve para fazer as baterias dos carros, telemóveis e outros aparelhos. Numa tentativa de lucrar com a febre do lítio, o Estado Português disponibilizou, para estas empresas trans-nacionais, cerca de 20% do território para "prospeção" de lítio, e cerca de 10% para mineração. Estas montanhas e serras que contêm o tão procurado produto, situam-se muitas das vezes em zonas protegidas (parques naturais, rede natura, etc.) como é o caso da serra da Estrela, da Argemela ou da Arga, e como é o caso do Barroso, que foi classificado recentemente como Património Agrícola Mundial pela UNESCO. Estas proteções, oficialmente reconhecidas e afirmadas pelo Estado, não impedem totalmente que a mineração acontece, embora tenham sido defendidas sobretudo pelas populações locais, como forma de pressão contra o estado. Ao longo do últimos anos ocorreram mudanças em Covas do Barroso, começando pela necessidade da população de se opor à mineração. Para isso formaram a ASSOCIAÇÃO UNIDOS EM DEFESA DE COVAS DO BARROSO. Elegeram a Presidente da Junta de Freguesia, Lúcia Dias Mó. Também elegeram Aida Fernandes como Presidente do Conselho Diretivo dos Baldios. Estas mulheres estão na frente da luta anti-mineração. É realmente uma prova de como as mulheres no poder são capazes de operar mudanças políticas significativas. Os Baldios são uma peça importante do jogo: No Barroso há cerca de 2000 ha de Baldios. Grande parte das terras onde a empresa encontrou o lítio são terrenos Baldios. Isto significa que para poderem minerar nestes terrenos, a empresa necessitaria do apoio de toda a população, visto que Os verdadeiros e legítimos detentores dos baldios são os compartes. Os compartes são os residentes da região, ou seja, a população local. E das cerca de 100 pessoas que participam nas assembleias todas elas sem exceção são contra a Mina, tornando assim a vida extremamente difícil à empresa, no que toca ao acesso aos terrenos. Estes Baldios, liderados pela Aida Fernandes, são a fronteira que a empresa não consegue derrubar, e enquanto o "povo estiver unido", realmente, "jamais será vencido". Há claro, o perigo de uma mudança política. Se o povo estivesse de acordo, então seria fácil para a empresa obter as autorizações necessárias. Os efeitos nefastos da mineração são incontáveis: Poluição generalizada, Ruído, Destruição da Terra e dos Ecossistemas, destruição das formas de vida existentes. Por isso o povo está cada vez mais unido, em defesa da vida, da terra, da biodiversidade, da água e das suas formas de vida. É necessário que as populações tenham poder de decisão sobre o que querem fazer com o território que habitam. Uma Mina no Barroso significaria a morte das aldeias envolventes, a destruição da Natureza, o empobrecimento geral de grande parte da população e uma derrota da democracia. "A gente do Barroso está em luta pela defesa do território e do seu modo de vida frente à ameaça da mineração. Desde que nos apercebemos que a empresa Savannah Resources quer aqui fazer uma grande mina a céu aberto, temo-nos organizado e mobilizado para lhe fazer frente. Estamos cada vez mais alerta, comprometidos e conscientes que temos de parar este projeto de destruição." De 14 a 18 de Agosto centenas de pessoas